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Aumento de águas-vivas nas praias durante o verão é fenômeno natural

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Quando chega o verão, o biólogo marinho Marcelo Szpilman, diretor-presidente do Aquário Marinho do Rio de Janeiro, sabe que será consultado inúmeras vezes sobre queimaduras de águas-vivas nas praias brasileiras. “O aumento na quantidade destes seres nesta época do ano é um fenômeno natural”, tranquiliza o especialista, acrescentando que, dessa forma, é normal que aumentem os casos de queimaduras. “Não há razão para pânico, pois não há nenhuma epidemia descontrolada”, salienta ele.

 

De acordo com Szpilman, a “invasão” de águas-vivas acontece porque é verão, época de reprodução de muitas espécies desses seres invertebrados, e isso gera aglomerações de fêmeas e machos. Basta uma corrente mais forte para empurrá-los para uma determinada região ou praia, gerando a tal “epidemia”.

 

Mesmo sendo um fato normal, ninguém quer ser atingido por uma água-viva. Mas, se acontecer, o que fazer num caso desse? “Antes de mais nada, não se deve passar a mão, muito menos esfregar o local”, ensina o biólogo, dizendo que isso ativa ainda mais o sistema de descarga dos nematocistos, células peçonhentas existentes nos tentáculos das águas-vivas e caravelas (animais marinhos) e que ficam grudadas na pele. Não se deve também lavar a região com água doce, pois o efeito é o mesmo. “Molhar com xixi, então, é pura lenda! Não existe nada que comprove que a urina iniba a ação dos nematocistos”, pontua Szpilman, afirmando que, depois de 20 a 40 minutos, a dor diminui sozinha.

 

Só o que funciona mesmo — acredite — é o vinagre. “O certo é lavar a pele com a própria água do mar e ir molhando com vinagre, por cerca de dez minutos. Depois, remova os tentáculos com uma pinça e volte a lavar o local com água salgada e vinagre, por mais meia hora”, recomenda. Antes que você pense se tratar de uma solução milagrosa, é bom que se diga que o vinagre não acaba com a dor. Como já foi dito, ela diminui sozinha, especialmente se o local receber compressas de gelo. No entanto, é fato que o ácido acético pode inibir a ação dos nematocistos que, por ventura, ainda estiverem presos à pele. “Em 90% dos casos, isso resolve.”

 

Vale frisar, ainda, que as águas-vivas queimam mesmo depois de mortas. E, como nem todo mundo consegue diferenciar uma água-viva morta há dias de uma recém-saída da água, convém não tocar nestes animais de jeito algum — mesmo quando eles estiverem na areia da praia. É bom lembrar, porém, que o que queima são só os tentáculos, não a bolha gelatinosa que dá forma a estes seres.

 

Outra coisa que deve ser observada é que as queimaduras não são as únicas consequências resultantes do contato com águas-vivas. “Em alguns casos, podem acontecer choques neurogênicos, frutos da descarga de grande volume de líquido peçonhento no sistema nervoso central”, diz Szpilman. Segundo ele, esse problema é particularmente sério no caso das caravelas, muito mais perigosas que as águas-vivas. “Quando isso acontece, molhar com vinagre não basta: é preciso ação médica e rápida”, adverte. Ainda assim, pelo sim, pelo não, vinagre é o melhor remédio. “Por isso, vale a pena ter sempre uma garrafa no barco, até porque ele também ajuda a temperar a salada”, diverte-se.

Fonte: Revista Náutica

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Rally Náutico da Bahia completa 10 anos

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O tradicional Rally Náutico da Bahia, um dos mais importantes do país, completa a 10ª edição em 2018. Desde sua primeira largada, mais de 200 milhas náuticas já foram percorridas na Baía de Todos os Santos, em competições marcadas pela confraternização e espírito esportivo. Nascido da vontade da Bahia Marina e do Yacht Clube da Bahia em difundir o setor náutico, o Rally Náutico reúne barcos e jets nas categorias Geral, Bahia e Aventura no dia 1º de dezembro. A largada acontece na Bahia Marina às 10h, intervalo na Ilha Bimbarras e premiação com festa de encerramento no Yacht Clube da Bahia.

 

Sob a coordenação técnica de Glênio Cogo, o Rally Náutico vem difundindo ao longo dos anos o uso do GPS na navegação. Esse ano, um aplicativo que vai reunir as informações sobre a competição está sendo desenvolvido e já está em fase de testes para aparelhos Android. Outra novidade para esse ano é que além da premiação por categoria, as equipes também serão premiadas. De acordo com Cogo, serão premiadas as equipes que tenham melhor desempenho, as que tenham melhor participação de animação, caracterização e as com maior número de embarcações inscritas.

 

Desde o ano passado os organizadores do rally optaram por uma rota com perfil mais turístico, para permitir à equipe competidora contemplar as belezas da Baía de Todos os Santos e navegar por pontos pouco explorados da costa, a exemplo da Ilha Bimbarras. Situada no município de São Francisco do Conde, a ilha passou a integrar a rota do evento como local de ponto neutro, no intervalo da prova. Em Bimbarras, quem comanda a festa é o DJ Chamuska.

 

“Nestes dez anos, o Rally se aperfeiçoou, inseriu tecnologias mais precisas, abrangeu novas rotas e novos desafios às equipes, abriu espaço para a categoria Aventura para iniciantes, e também para jets, que vem conquistando cada vez mais adeptos”, salienta Leilane Loureiro, diretora da Bahia Marina.

 

De acordo com o Comodoro do Yacht Clube, Marcelo Sacramento, a cada edição o Rally se reinventa para agregar antigas e novas gerações. “O Rally é muito mais que uma competição esportiva, é a união de pessoas em prol de um bem comum, o amor pelo mar. Desafios não nos faltam, mas o interesse em difundir o setor náutico é maior e esse ano teremos uma linda festa na Baía de Todos os Santos”.

 

O Rally Náutico da Bahia é uma prova de regularidade, sem ultrapassagens. O trajeto é determinado pela organização e o objetivo é que a equipe consiga seguir a rota mantendo as médias horárias pré-estabelecidas. Cada segundo vale ponto.

 

Para participar da prova, são permitidas embarcações iguais ou maiores de 18 Pés e Jet RunAbout (sentado), devidamente regulares junto à Marinha.

 

Os interessados poderão fazer as suas inscrições até sexta-feira, dia 30 de novembro, na administração da Bahia Marina, secretaria do Yacht Clube ou pelo site https://www.e-inscricao.com/ycb. O valor é de R$ 400,00 para as lanchas nas categorias Geral, Bahia e Aventura e R$ 160,00 para Jet.

 

Festa de encerramento

 

Como em todos os anos, o momento mais aguardando entre os competidores é festa de encerramento com a premiação, que tradicionalmente acontece no salão de festas do Yacht Clube da Bahia. Esse ano, a abertura fica por conta da banda Maria Te Viu e a principal atração que encerra o evento será o cantor Tatau (ex-Araketu).

 

 

O Rally Náutico é assinado pelo Yacht Clube e Bahia Marina e integra a programação do IV Festival Náutico de Salvador, realizado pela Prefeitura Municipal de Salvador, através da Empresa Salvador Turismo (Saltur).

 

Programação

 

DATA, LOCAL E HORÁRIO DO SORTEIO DA ORDEM DE LARGADA:

 

30/11/18 – Yacht Clube da Bahia, às 19:00h

Programação: Coquetel – Abertura – Apresentação da Rota/GPS e sorteio da ordem de largada

 

DATA, LOCAL E HORÁRIO DE LARGADA:

 

1º/12/18 – WAYPOINT PL – Bahia Marina

Categoria JET:

Início 10:01 h

*a primeira embarcação largará 5min após o último Jet.

Categoria Regularidade Náutica:

Início às 10:31 h (Embarcação)

Geral

Bahia

Categoria Aventura:

 

HORÁRIO OFICIAL DA PROVA:

 

Será divulgado relógio oficial de Prova pela equipe de cronometragem.

 

INTERVALO DE LARGADA:

60 segundos (00:01:00)

*Divisão de categorias por equipamentos e/ou acessórios.

 

DATA, LOCAL E HORÁRIO DE DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS:

 

16:00 h – Divulgação de Resultados Oficiais, entrega de troféus e festa de encerramento.

 

 

 

 

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Marinha do Brasil celebra o Dia Marítimo Mundial

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Como já é tradição, a Organização Marítima Internacional (IMO) celebra na última semana de setembro o Dia Marítimo Mundial. A Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro, vai comemorar a data no dia 28 de setembro, na Praça Mauá, com a presença de autoridades e representantes da comunidade marítima, da Sociedade Amigos da Marinha (SOAMAR), das empresas de navegação e dos sindicatos ligados à atividade.

 

A IMO, agência especializada das Nações Unidas responsável pela proteção e segurança da navegação e a prevenção da poluição marinha causada por navios, celebra esta edição do Dia Marítimo Mundial destacando o aniversário de 70 anos da criação de sua convenção, cujo tema será “IMO 70: Nosso legado – Um transporte marítimo melhor para um futuro melhor”.

 

Entre as homenagens previstas na Praça Mauá, estão a entrega da Medalha Mérito Marítimo e do Distintivo de Comodoro a representantes da comunidade marítima. A cerimônia contará, ainda, com uma reverência ao patrono da Marinha Mercante do Brasil, Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá.

 

Além do Rio de Janeiro, o Dia Marítimo Mundial também será celebrado em outras Organizações Militares da Marinha, como o Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA) e diversas Capitanias dos Portos pelo Brasil.

 

O Dia Marítimo Mundial foi criado em 1978, durante a Convenção da Organização Marítima Consultiva Intergovernamental (IMCO), entidade que deu origem à atual IMO. Desde então, a data passou a ser comemorada em todo o mundo, especialmente para destacar a importância das indústrias marítimas no comércio internacional.

 

Fonte: Revista Mariner

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Dicas para descer o barco na rampa

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Mantenha suas crianças e passageiros seguros

 

Uma história sobre um menino australiano de quatro anos, que se afogou após ficar preso no banco de um automóvel durante o lançamento de um barco a partir de uma rampa, suscitou debates sobre atitudes simples que podem aumentar a segurança durante processos como esse.

 

A maioria dos barcos são lançados e recolocados na carreta sem incidentes ou danos. Mesmo assim, a margem para o erro existe, e ter crianças por perto neste momento pode dividir sua atenção e aumentar o risco. Aí vão alguns passos pouco discutidos, mas que podem te ajudar a proteger suas crianças, seus passageiros e você.

 

1 – Proteja os mais jovens

Isso significa sem crianças — especialmente desacompanhadas — no veículo durante o processo de lançar o barco ou recolocá-lo na carreta. Nessa conjuntura, o mesmo pode ser dito sobre manter as crianças fora do barco. A história do menino australiano tragicamente nos ensina que crianças, às vezes, não conseguem sair sozinhas de um veículo submerso. O ideal é que o processo envolva apenas dois adultos — um no carro, outro no barco.

 

2 – Supervisão adulta

Pisos escorregadios, tráfego denso, motoristas inquietos e docas precárias resultam em um ambiente perigoso, então recomendamos um terceiro adulto para manter as crianças em uma área segura. Crianças desacompanhadas certamente desejarão escapar, ignorando todos esses perigos. Tenha um adulto encarregado de supervisionar e mantê-las seguras, com coletes salva-vidas, e para levá-las até o barco quando o mesmo estiver pronto para partir. Quando retornar à marina, espere até que o veículo esteja fora da rampa, com a embarcação já sobre a carreta e em uma área segura para embarcar os pequenos no carro.

 

3 – Baixe as janelas

Comunicação é fundamental durante um lançamento. É quase impossível se comunicar verbalmente ou por meio de gestos quando a janela está fechada. Também recomendamos desligar o ar-condicionado e o rádio — o barulho de ambos pode interferir na comunicação entre os envolvidos na operação.

 

4 – De volta ao ponto neutro

Meu querido amigo Dick Uranga ensinou-me esse truque há 20 anos: uma vez que o veículo esteja descendo a rampa, coloque a transmissão no neutro. Assim, a função de ré e os breques do veículo não entrarão em conflito. Também evita que você deixe a transmissão em ré quando for a hora de sair da rampa — um erro que pode fazer, subitamente, seu veículo descer até a água. “Não ria”, dizia Uranga. “Eu vi isso acontecer.”

 

Fonte: Revista Mariner

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Confira 10 dúvidas sobre pintura de fundo que podem ser as suas

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A pintura do fundo do casco com tinta anti-incrustante é obrigatória para qualquer barco que fique parado na água. E a melhor hora é agora, no inverno, quando o clima fica mais seco. Confira 10 dúvidas sobre o assunto:

 

  1. Todo barco precisa de pintura de fundo?

Não. Só os que ficam guardados em vagas molhadas, portanto em contato permanente com a água. Ou seja, veleiros e lanchas maiores. Isso porque o gelcoat que reveste a fibra de vidro não deve ficar submerso por mais de cinco dias seguidos, razão pela qual exige tinta anti-incrustante no fundo.

 

  1. Toda tinta anti-incrustante é venenosa?

Não. Já há tintas do gênero livres de cobre e outros metais pesados, como o óxido cuproso, que repelem os organismos marinhos com a mesma eficiência e ainda tem capacidade de autopolimento, ou seja, vão se desgastando gradativamente pelo atrito com a água, reativando assim a sua eficiência, sem perder a capacidade anti-incrustante nem fazer mal ao meio-ambiente.

 

  1. Como saber se está na hora de pintar o fundo do casco?

Quando começar a surgir limo, o que, depois, abrigará uma colônia de algas, que, por sua vez, atrairão as cracas, que precisam ser eliminadas, porque infestam rapidamente o casco inteiro. A hora certa é quando as incrustações estiverem começando a se instalar e não quando o barco já estiver infestado.

 

  1. É preciso chamar um pintor especializado ou dá para pintar por conta própria?

O ideal é contratar um profissional, porque a aplicação (bem como a limpeza prévia do casco, que é fundamental para a eficiência, fixação e durabilidade da tinta) exige cuidados, até para a saúde. Além disso, há uma sequência de primers e tempos de secagem que precisam ser seguidos. Mas se não houver nenhum pintor com boas recomendações, é melhor fazer por conta própria, embora seja um serviço cansativo e demorado.

 

  1. O que é preciso ter para pintar o fundo de um casco?

Além de espaço adequado e equipamentos de proteção, como macacão, óculos, máscara com filtro, luvas e botas, fita adesiva para pintura, lixadeira, lixas d’água números 60 a 120, solvente, espátula, bandejas para tinta, rolos de pelos médios, trinchas de meia a quatro polegadas (para os cantos mais difíceis), lona para os respingos, estopa e — claro — as tintas. A saber, primer de adesão, primer intermediário e a tinta anti-incrustante propriamente dita.

 

  1. Rolo, pincel ou pistola? O que é melhor usar?

O ideal é contratar um profissional, porque a aplicação (bem como a limpeza prévia do casco, que é fundamental para a eficiência, fixação e durabilidade da tinta) exige cuidados, até para a saúde. Além disso, há uma sequência de primers e tempos de secagem que precisam ser seguidos. Mas se não houver nenhum pintor com boas recomendações, é melhor fazer por conta própria, embora seja um serviço cansativo e demorado.

 

  1. Como calcular a quantidade de tinta necessária?

Há fórmulas para se calcular a área exata a ser pintada e, consequentemente, a quantidade de tinta necessária. As mais comuns são: boca + calado x comprimento da linha d’água (para lanchas), e boca + calado x 0,75 x comprimento da linha d’água (para veleiros). Ambas indicam a área a ser pintada em m2.

 

  1. Faz diferença se o casco é de metal, madeira ou fibra de vidro?

Não. As tintas anti-incrustantes servem para qualquer tipo de casco. O que muda é o primer que será aplicado antes e que, este sim, deve ser específico. Ele deve ser aplicado com duas ou três demãos, neste caso com uma camada intermediária, o tie-coat, que, além de dar proteção extra, promove a aderência entre o primeiro primer e a tinta anti-incrustante, que é aplicada só no fim do processo.

 

  1. Qual é a melhor época do ano para refazer a pintura de fundo?

Quanto mais seco e menos umidade no ar houver, melhor. Ou seja, a melhor época é agora, no inverno, quando chove pouco. Como referência, escolha dias com umidade do ar em torno dos 65%, para não comprometer a qualidade da pintura.

 

  1. É preciso remover completamente a tinta antiga?

Nem sempre. Se ela não estiver muito grossa ou descolando, basta limpá-la bem e aplicar (desde que seja a mesma tinta) por cima. Mas há um limite para repinturas: não mais que quatro. Após isso, é preciso eliminar todas elas, até chegar ao primer, preservando, no entanto, o gelcoat do casco.

 

Fonte: Revista Náutica

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Após passar 20 meses velejando, Aleixo Belov retorna a Salvador

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O navegador Aleixo Belov traz a Salvador o Veleiro Escola Fraternidade, após 20 meses percorrendo os mares do mundo. O retorno acontecerá neste sábado, 4, às 10h no porto da cidade. O espaço ficará aberto ao público de forma gratuita.

 

Belov retorna à capital baiana após realizar sua quinta volta ao mundo. A prioridade desta viagem era antes de tudo visitar o Alaska. “É um lugar exótico, com muitas geleiras, ursos e salmões. O Alaska é um lugar único”, explica o navegador sobre a experiência.

 

A decisão do engenheiro de visitar ao Alaska surgiu baseado nas últimas viagens. “Já realizei três viagens sozinho ao redor do mundo e as duas últimas levei alguns estudantes. Como ainda não inha passado pelo Alaska, decidi que era o momento de conhecer, agora faltam poucos lugares”, explica Aleixo.

 

Após navegar pelo mar do Caribe, Parque Nacional da Ilha de Cocos da Costa Rica e até Parque Nacional Kenai Fjords, Aleixo reúne experiências singulares que marcaram sua vida. “No mar ficamos longe de hospital, se alguém passar mal fica difícil. Viver é arriscado, porém gostoso”, conta.

 

Conhecimento: o motivo das viagens

 

Após realizar três viagens ao redor no mundo sozinho, Aleixo decidiu construir o Veleiro Escola Fraternidade. Possuindo 21 metros e 80 tolenadas, o barco se tornou um motivo a mais para que o navegador mantivesse as viagens e dessa vez acompanhado.

 

Belov explica que as inscrições são realizadas através da internet, quando ele divulga a próxima viagem. Ele explica que iniciou com 26 alunos presentes no veleiro e depois reduziu para 17, com receio de acidentes ao longo da viagem.

 

Cada grupo que viaja ao lado de Belov conhece um quarto do percurso total. O navegador sempre vai a um ponto e retorna a Salvador para que mais pessoas possam ter a possibilidade de experimentar.

 

Os alunos não precisam investir para participar da viagem, o próprio Aleixo paga as necessidades dos componentes, incluindo passagens de avião para quem não mora na capital baiana.

 

Quanto ao processo de escolha, Aleixo afirma que prefere aqueles que nunca tiveram oportunidades para conhecer o mundo. “Quem nunca conheceu os lugares deseja aprender e o Veleiro Escola Fraternidade possibilita isso”, afirma.

 

O navegador explica o que motivou realizar as cinco voltas ao mundo: “A curiosidade sobre como vivem os povos, além de comparar com a nossa sociedade. O foco principal é encontrar o sentido da vida”.

 

As experiências de Aleixo estão registradas em sete livros e ainda há 17 cadernos de 200 folhas com relatos das viagens, além de vídeos que se tornarão filmes, segundo o navegador.

 

Veleiro Escola Fraternidade foi criado para que Belov levasse mais tripulantes a conhecer o mundoVeleiro Escola Fraternidade foi criado para que Belov levasse mais tripulantes a conhecer o mundo

Uma pausa, o retorno para casa

 

Embora tenha dito que conheceu quase o mundo todo e que já até “reclamou com o Criador por ter feito um planeta pequeno”, Aleixo no momento irá retornar a Salvador e não possui planejamento para viajar no momento.

 

“Não há nada marcado, eu tenho 75 anos e quero produzir meus filmes e livros. Se após esses projetos eu estiver com saúde, irei viajar novamente”, afirma.

 

Aleixo afirmou que estava com saudade de voltar para casa, mas não para a rotina que tanto buscou fugir. O navegador contou que em conversa com pessoas próximas ouviu que ele “fugiu da gaiola, mas deixou a porta aberta para retornar e nem todo mundo tem essa possibilidade”.

 

Desprendido da terra, Belov ressalta diversas vezes ao longo da entrevista sobre a importância de viajar e o aprendizado que recebeu ao longo desses roteiros. O engenheiro agora irá focar em trabalhar em sua empresa, a Belov Engenharia Limitada, que atua com obras marítimas, portos e sub-aquáticas.

 

Fonte: Jornal A Tarde| Keyla Pereira |

Foto: Divulgação

 

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Tribunal Marítimo tem um novo Presidente

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Tribunal Marítimo tem um novo Presidente

 

No dia 30 de julho, durante sessão extraordinária e solene, o Vice-Almirante (RM1) Wilson Pereira de Lima Filho, ex-Diretor de Portos e Costas, assumiu o cargo de Presidente do Tribunal Marítimo, anteriormente exercido pelo Vice-Almirante (RM1) Marcos Nunes de Miranda. A cerimônia de transmissão de cargo, presidida pelo Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, foi prestigiada por grande público, entre Autoridades da Marinha do Brasil, representantes de segmentos da Marinha Mercante, da construção naval, membros do poder judiciário, além de representantes de outros órgãos federais e sindicatos.

 

Com mais de 40 anos de serviços prestados à Marinha, o Almirante Lima Filho já foi Diretor de Portos e Costas, Comandante do 8º Distrito Naval, Capitão dos Portos de Alagoas e do Rio de Janeiro, entre outras comissões.

 

O Tribunal Marítimo, vinculado ao Comando da Marinha, é um órgão autônomo, auxiliar do Poder Judiciário, que tem jurisdição em todo o território nacional. O novo Presidente do Tribunal Marítimo terá pela frente o desafio de conduzir os julgamentos de processos dos acidentes e fatos da navegação marítima, fluvial e lacustre, e, ainda, a concessão de: Registro da Propriedade Marítima, de armadores de navios brasileiros, do Registro Especial Brasileiro (REB) e dos ônus que incidem sobre as embarcações nacionais.

 

Tamanha é a importância das decisões do Tribunal que o novo Código de Processo Civil, em seu art. 313, inciso VII, determina a suspensão do processo quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo.

 

Por lei, a “Corte do mar” exerce jurisdição sobre todas as embarcações ou a  elas equiparadas que arvoram bandeira brasileira e sobre todos os marítimos brasileiros, no Brasil ou em qualquer mar ou via navegável estrangeira ou internacional; sobre qualquer navio ou marítimo estrangeiros, sobre proprietários, armadores, afretadores e demais pessoas, de qualquer nacionalidade nas águas jurisdicionais brasileiras, assim como ilhas artificiais e instalações, sempre respeitando os acordos firmados pelo Brasil e as normas de Direito Internacional.

 

Fonte Redação Mariner Brasil

 

Foto: divulgação/Marinha do Brasil

 

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Como diagnosticar e reparar vibrações do eixo em barcos com motor de centro

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Você tem certeza de que não bateu no fundo, mas, de repente, as travas dos paineiros começam a chacoalhar e fazer um barulhinho chato, e um formigamento sobe pelas suas canelas até atingir sua espinha. Jeff Fay, proprietário do estaleiro de manutenção Fay’s Boat Yard, localizado em New Hampshire (EUA), explica como detectar e consertar as vibrações dos eixos em lanchas com motores de centro.

 

Em primeiro lugar, dedique alguns momentos ao hélice. Um pedaço de pau flutuando na superfície pode entortar a pá sem que hajam sinais visíveis em sua superfície. Depois, verifique o eixo. “Se uma pá de um hélice entortou por algum motivo, a chance de o eixo também estar torto é bastante boa”, diz Jeff. Utilize um micrômetro firmemente preso ao casco para verificar a variação do eixo na ponta. Se ao girar o eixo a variação no micrômetro for maior do que 5 centésimos de milímetro, o mesmo terá de ser retificado. Uma medição no meio do eixo não deverá passar de 12 centésimos de milímetro.

 

Normalmente, o pé de galinha não se desalinha a não ser que o barco encalhe com brutalidade, mas as buchas em seu interior podem se desgastar, especialmente se linha de pesca se enroscar entre o eixo e sua porção central emborrachada. Aplique esforço lateral no eixo, perto da bucha. Caso haja algum movimento perceptível, pode ser aí a fonte das vibrações.

 

O próximo passo é examinar a casa de máquinas. “Se tiver algo quebrado, geralmente dá na cara, fica bem aparente”, explica Jeff. Compare os suportes e coxins dos motores de boreste e bombordo, pois pode ser que um deles esteja rachado ou até quebrado. Verifique também a longarina de apoio dos motores, se está bem firme, pois não é raro ter apodrecido por dentro.

 

Se todos esses componentes estiverem em ordem, dê uma segunda verificada com o auxílio de um ajudante. De acordo com Jeff, “às vezes a madeira por dentro de longarinas de fibra de vidro apodrece.

 

Mesmo que aparentem solidez, e que o motor pareça estar firme, quando é aplicada pressão os suportes dos coxins podem ceder, dando origem a vibrações”. Quando os suportes forem presos com parafusos autoatarraxantes (infelizmente uma prática comum), verifique se os mesmos estão dando aperto. Se não, é hora de chamar um especialista em compósitos.

 

1º Passo 
Problemas com os coxins nem sempre são fáceis de detectar. “Os coxins possuem insertos de borracha que se deterioram com o tempo”, informa Jeff. “Desconecte o eixo do motor e observe as flanges”. Se um coxim estiver deteriorado, o motor abaixa no canto onde ele está montado. Por exemplo, se as flanges estiverem mais afastadas, digamos na parte superior a boreste (às 14h00, com a flange vista pela popa) e sem  folga na parte inferior a bombordo (às 20h00), muito provavelmente o coxim frontal de bombordo está comprometido. Além disso, coxins podem ser ajustados, garantindo que o motor esteja alinhado com o eixo do barco e o de propulsão.

 

2º Passo 
Os coxins também possuem regulagem de altura por meio de um eixo com rosca, que transpassa o suporte fixado no bloco do motor e é suportado por porcas e arruelas. Girar essas porcas permite ajustar a altura do motor.

 

3º Passo 
Contraporcas por cima das porcas de ajuste ou usar porcas travantes garantem que o motor permaneça alinhado.

 

Fonte: Revista Mariner

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Cerca de 20 mil baleias jubarte devem passar pelo litoral da BA na temporada de reprodução, entre julho e novembro

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Cerca de 20 mil baleias jubarte devem passar pelo litoral da Bahia entre os meses de julho e novembro, quando ocorre o ciclo reprodutivo da espécie. A estimativa é do Instituto Baleia Jubarte, que acompanha há 30 anos o período reprodutivo dos animais, que chegam a medir 16 metros de comprimento e a pesar até 40 toneladas.

 

As baleias são animais migratórios e estabelecem lugares diferentes para alimentação e reprodução. Entre julho e novembro, elas saem da região da Antártida, que passa por um inverno rigoroso, e migram para águas tropicais, que são mais quentes, para poderem se reproduzir. Desde maio alguns animais já começaram a chegar no estado.

 

O maior berço reprodutivo do Atlântico Sul é na região de Abrolhos – que vai do extremo sul da Bahia ao norte do Espírito Santo.

 

Dóceis, as baleias atraem milhares de turistas para regiões costeiras da Bahia, como Praia do Forte, Morro de São Paulo, Itacaré, Caravelas e Salvador.

 

Na última segunda-feira (2), duas baleias foram flagradas dando saltos no mar da Baía de Todos-os-Santos, na altura do bairro da Barra, na capital baiana. Os saltos foram gravados com aparelhos celulares por pessoas que estavam na região e puderam apreciar o “espetáculo”.

 

Conforme Enrico Marcovaldi, um dos fundadores do Instituto Baleia Jubarte, a população de baleias jubarte cresce de 7% a 15% ao ano. “As fêmeas migram para as águas tropicais para ter os filhotes, após um período de gestação de 11 meses. Os machos também vem atrás de parceiras, que estão no período fértil”, destaca.

 

As baleias ficam entre quatro e cinco meses nas áreas de reprodução, até que os filhotes estejam desenvolvidos e possam retornar com as mães para a Antártida.

 

No período reprodutivo, com o acréscimo na quantidade de animais na costa, consequentemente o número de encalhes também aumenta. Um encalhe ocorre quando, por qualquer motivo, estes animais chegam muito próximo às praias ou arrebentação e não conseguem se libertar sozinhos, ou quando chegam já mortos.

 

Segundo Hernani Ramos, pesquisador do Projeto Baleia Jubarte, em 2018 já foram contabilizados na Bahia seis encalhes de jubarte. No ano passado, houve recorde ao serem contabilizados 122 encalhes do animal.

 

Segundo o Instituto Baleia Jubarte, os animais encalham por estarem fracos ou desorientados devido a doenças, ferimentos por colisão com embarcações ou emalhe em redes de pesca.

 

A poluição nos oceanos também pode afetar a saúde dos animais. Ainda segundo a entidade, filhotes que se perdem das mães não conseguem se alimentar sozinhos e podem encalhar.

 

Fonte G1

Foto: Enrico Marcovaldi/Instituto Baleia Jubarte)

 

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Os problemas mais comuns dos motores a Diesel — e como evitá-los

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Visitamos a Escola do Diesel Mack Boring, nos EUA, para aprender um pouco mais sobre esse tipo de motor

O fim de semana chegou e é hora de botar o barco na água. Ansioso, você corre para a marina e deixa tudo pronto para navegar com tranquilidade. Contudo, ao dar a partida, uma pequena surpresa acaba com sua alegria: o motor não liga. Você tenta uma segunda vez e ele continua sem responder. Terceira, quarta, quinta tentativa… nada! Uma busca é iniciada para desvendar o problema, mas nada é encontrado. De repente, você se lembra que esqueceu de fazer sua revisão periódica. Grande erro, amigoEsse tipo de situação é mais comum do que se imagina, e muitas vezes se resume a um anel de borracha de dez centavos mal-instalado. No entanto, para fazer esse conserto, será cobrada uma conta pra lá de salgada. Grande parte dos problemas acontece exatamente pela falta de manutenção preventiva, já que verificar a condição de equipamentos e peças é a última das preocupações do proprietário.

 

Para me prevenir de futuros problemas – e contas altas –, visitei a Mack Boring, em Nova Jersey, uma das maiores distribuidoras de motores a Diesel marítimos nos Estados Unidos, para conhecer Larry Berlin. Ele é o atual “professor” da marca, e por isso é conhecido como “Doutor Diesel”. Berlin é chamado constantemente para resolver problemas no motor de embarcações por todo o país. Ele também instrui técnicos e ministra aulas voltadas para proprietários. Apesar de ser um cara bacana, você com certeza não vai querê-lo dentro do seu barco. Se Berlin está fuçando na sua casa de máquinas, alguma coisa está muito errada. E sua visita não é nada barata.

 

Mas foi esse cara que me ensinou os quatro aspectos-chaves dos motores Diesel marítimos: lubrificação, refrigeração, eletricidade e combustível.

 

Lubrificação
Cada participante do curso possuía um barco diferente, desde um Lobster Yacht MJM 34 equipado com um motor Yanmar 6LY3 a uma máquina de pesca Viking 42 com um par de motores Cummins a Diesel e Pod Drive Zeus. Em comum, apenas o fato de que todos estavam lá pela mesma razão: entender seus motores.

 

“Barcos não são como carros”, decreta Berlin ao iniciar nossa aula. “O esforço do motor em um barco com casco planante é como se você estivesse subindo uma serra durante o dia todo! Portanto, quem não acredita em manutenção preventiva não se verá livre de problemas”.

 

O óleo é o primeiro e mais importante componente para deixar o motor tinindo. Ligado ao sistema de lubrificação, o óleo não somente reduz o atrito entre as partes móveis, como também é o maior responsável pela manutenção da temperatura dos pistões e cilindros – e não o sistema de arrefecimento. O óleo também atua como um protetor para as paredes dos cilindros, hastes de válvulas e turbo compressores, prevenindo contaminantes e corrosão.

 

Felizmente, o sistema de lubrificação é de fácil manutenção. Troque o óleo e os filtros com base nas horas de uso do motor (ou conforme a recomendação do fabricante) ou, no mínimo, uma vez ao ano. Segundo Berlin, o período para a troca ideal é no outono, pois o óleo velho torna-se ácido e corrói o interior do motor durante os meses de menos uso.

 

Berlin chega a um antigo bloco de motor e puxa a vareta do nível de óleo. Ele aconselha verificá- la antes de cada uso do barco. “Lembre-se que você só deve checar se o nível de óleo está dentro das especificações. A cor e o aspecto não determinam a vida útil do mesmo, somente horas de motor o fazem”, afirma.

 

A primeira providência a ser tomada após drenar o óleo está ligada ao filtro. Troque-o de acordo com as instruções no manual do proprietário e não se esqueça de substituir todas as juntas e os retentores. De acordo com Berlin, um problema comum é a compra do filtro de óleo errado para o motor, o que pode danificá-lo ao restringir o fluxo.

 

Caso seu motor tenha um reservatório externo (cárter seco), siga o trajeto do óleo até o motor. Procure sinais de danos externos ou ferrugem, pois a corrosão e/ou rompimento de um tubo desses podem levar a vazamentos responsáveis por parada do motor em um piscar de olhos.

 

Ainda que a manutenção do sistema de óleo lubrificante em si seja uma tarefa fácil, é ele que, normalmente, menos dá sinais de que há algo errado. Monitore o instrumento que indica a pressão do óleo e não confie apenas naquela luzinha vermelha – que muitos acham inútil – que acende quando a pressão cai abaixo de 7 psi. Outra boa ideia é marcar e memorizar a pressão de óleo que seu motor apresenta em determinados regimes de rotação usuais. Se houver alteração, fique de olho! Não espere os sintomas se agravarem, cuide de seu motor e mantenha caras como Berlin bem longe de sua casa de máquinas.

 

Refrigeração
Esse próximo responsável por problemas no motor não faz parte, tecnicamente, dele. Ao menos, não uma parte que seja coberta pela garantia. “O entupimento do filtro de água de mar é a causa número um de falhas no sistema de arrefecimento do motor”, explica Berlin. Filtros comprometidos impedem que a água do mar resfrie a água do motor, colocando o sistema em risco.

 

Esse sistema é formado por dois componentes básicos. A bomba externa ao motor puxa a água do mar através de um captador externo ao casco e de um registro específico. Normalmente, essa água passa por um refrigerador de óleo lubrificante e, em seguida, por um trocador de calor que resfria a água interna do motor – a famosa “mufla”. No final, a água do mar é injetada no cotovelo de saída do escapamento, onde resfria os gases de escape que estão a mais de 700°C. Eles caem para temperaturas abaixo de 100 °C durante seu caminho para fora da embarcação.

 

O sistema de água doce, por sua vez, é um circuito fechado dentro do motor que circula água com seus aditivos entre os componentes “quentes” da peça, como o bloco de cilindros, o cabeçote e a turbina. Quando um motor frio entra em funcionamento, um termostato regula o fluxo de água até que ele atinja a temperatura ideal, normalmente ao redor de 85°C, e o mantém assim. Em seguida, ele passa pelo trocador de calor. Essa válvula é muito importante, pois um motor que trabalha abaixo da temperatura ideal está sujeito a desgaste e à carbonização excessiva.

 

Durante a discussão com a classe, Berlin exibe uma peça circular de borrachaque parece ter sido atingida por um cortador de grama. É um rotor de uma bomba de água danificado. A falha dos rotores é outro problema que o leva constantemente a socorrer proprietários lenientes de barcos – e cobrar por isso.

 

Um rotor saudável parece uma engrenagem, com aletas de borrachas que se flexionam enquanto a bomba gira. Durante sua vida útil, o material de que são feitos os rotores se desgasta e enrijece a ponto de fazer com que as aletas se rompam. Consequentemente, impedem que a bomba d’água envie a quantidade de água necessária para os motores.

 

Berlin sugere que o rotor seja substituído por um novo conforme a indicação do fabricante ou uma vez a cada início de temporada. Se não quiser trocá-lo, ao menos o remova e o inspecione. Para substituir o rotor, você deve abrir a tampa da bomba e retirá-lo com um sacador de rotor, item parecido com um daqueles saca-rolhas com braços. Esse sacador pode ser encontrado nas boas lojas de equipamentos náuticos. Se tiver sorte, o fabricante do seu barco já instalou a bomba de modo a permitir que faça você essa operação sem desmontá-la. Caso contrário, a bomba terá de ser removida. Contudo, antes de instalar a nova peça, lubrifique o interior da bomba e o rotor com o material fornecido com ele. Ou então, acreditem, use azeite de oliva extra virgem! E nunca use lubrificantes baseados em petróleo, pois normalmente degradam o rotor.

 

Colocá-lo de volta no lugar requer mais atenção do que removê-lo. Cada parafuso no motor – na verdade, cada braçadeira de mangueira –deve ser apertado com um torque específico e uma sequência de aperto. Verifique no manual do proprietário quais são as recomendações quanto ao torque e ao padrão de aperto das porcas. Use um torquímetro para atender às especificações.

 

A manutenção da tampa de pressão do reservatório de expansão é o item mais fácil a ser feito. Ela precisa selar devidamente o reservatório para que a pressão ali gerada aumente o ponto de ebulição da água de 100 °C para 121 °C. Se não, a água no seu motor irá ferver e o sistema superaquecerá. Verifique se a tampa veda bem e se as juntas estão em bom estado. Substitua, se for o caso.

 

Troque também o aditivo para água de radiador a cada dois anos. Utilize apenas aquele com prazo de validade maior e sempre o misture com água destilada na proporção recomendada pelo fabricante.

 

Berlin mostra-nos outros projetos de manutenção mais complicados, como a remoção do trocador de calor para enviá-lo à limpeza, o que deveria ser feito a cada três anos. Em grande parte dos motores, a remoção é um trabalho de três horas que envolve a desmontagem de outras peças e acessórios. Essa retirada não deve ser feita em hipótese alguma por amadores, especialmente no caso de motores de injeção direta e controlados eletronicamente.

 

Berlin volta a falar, então, de atividades compatíveis com nossa capacidade. Ele mostra um velho cotovelo de escapamento com injetor de água, onde gases de escapamento e água salgada são misturados antes de serem enviados para fora da embarcação. Ao olharmos dentro da peça, vemos que ela está praticamente bloqueada por corrosão e material depositado. “Essas peças deveriam ser trocadas a cada três anos, mas ninguém o faz. Nessa hora, todos me chamam!”, brinca.

 

Quanto à refrigeração interna, o termostato deve ser checado regularmente. Ele abre e fecha entre cem e mil vezes por minuto, a fim de regular o fluxo do líquido de refrigeração. Embora extremamente confiáveis, essas peças eventualmente apresentam defeitos. Berlin nos mostra como fazer um teste de campo: remova-o do motor, passe uma linha ou barbante no meio da válvula, segure a parte superior da linha e mergulhe em um recipiente em que possa aquecer a água. Esquente-a gradualmente e, quando a válvula abrir e soltar o barbante, meça a temperatura da água e verifique o tamanho do orifício de abertura. Caso não esteja de acordo com as especificações, substitua-o.

 

Eletricidade
O sistema elétrico CC (Corrente Contínua) é outro item a ser verificado, mas é o que menos pode causar danos a um motor Diesel. Se o sistema elétrico falhar, o motor não vai superaquecer ou fundir, apenas não dará partida. Por outro lado, se o motor não ligar e você estiver à deriva ou a cem milhas do porto mais próximo, vira um problemão!

 

“Conexões frouxas ou sujas são um problema recorrente em sistemas de corrente contínua, porém ninguém as verifica”, ensina. O cabo que vai da bateria até o motor de arranque é fundamental: cheque essas conexões primeiro. Verifique também os fios do interruptor de pressão de óleo (cebolinha), do medidor de temperatura da água e da chave geral das baterias. Qualquer fio envolvido no monitoramento do motor precisa ser checado!

 

Fusíveis muitas vezes são responsáveis por mau funcionamento e devem ser inspecionados. Tenha sempre uma seleção reserva a bordo. Confira também o estado geral do motor de arranque, com atenção especial para um interruptor de partida (solenoide) desgastado ou um Bendix defeituoso.

 

Se checado regularmente, o alternador deixa de ser uma fonte frequente de preocupações, segundo Berlin. “Fui chamado por um proprietário porque suas baterias não estavam carregando e descobrimos que o alternador estava frouxo”, lembra.

 

Verifique se os parafusos que prendem o alternador no lugar estão devidamente apertados. Cheque sempre se as correias são do tamanho e tipo certos para o seu motor e que estejam com a devida tensão. O conselho vale para todas as correias do motor, responsáveis também por um possível superaquecimento se estiverem muito frouxas. Lembre-se de sempre seguir a recomendação do fabricante. Além disso, existem ferramentas específicas que facilitam esse ajuste.

 

Combustível
O combustível é o componente que mais leva Berlin e seu time da Mack Boring a atender a chamadas.

 

Há algumas coisas que podem ser feitas em relação ao próprio Diesel, além de manter o tanque de combustível sempre cheio para evitar ou minimizar o crescimento microbiano e abastecer o barco em postos confiáveis. Por exemplo, utilizar um bom pré-filtro separador de água e aditivos conservantes de combustível como primeira precaução. Caso veja água, drene e ligue o motor novamente. Se aparecer uma segunda vez, seu combustível é ruim ou está contaminado.

 

Na maioria dos motores Diesel, é fundamental o proprietário saber como “sangrar” o motor caso entre ar no sistema de alimentação e o desligue. Localize e solte o parafuso de sangramento (deve haver uma mangueira transparente conectada a ele) e o acione à bomba manual até que saia Diesel, sem as bolhas de ar. Se isso não funcionar, solte a tubulação de injeção nos bicos injetores para fazer as bolhas de ar escaparem por lá até que haja um fluxo constante de combustível.

 

Procure sempre recolher esse óleo Diesel antes que ele caia no porão. Se não for possível e o Diesel vazar, Berlin sugere um jeito para eliminar o cheiro: detergente para lavar louça, de preferência com aromas cítricos! Finalmente, entre as inúmeras dicas do “Doutor Diesel” para evitar a sua presença a bordo, destaco esta: conheça os seus sistemas, aprenda como funcionam e faça ou supervisione você mesmo a manutenção preventiva do seu barco.

Dicas rápidas
1 – Não use correias de motores automotivos; elas não são adequadas para as condições de uma casa de máquinas naval.

2 – Para checar o termostato, passe uma linha pela válvula e coloque-o na água em aquecimento até que ela se abra.

3 – Ao trabalhar com uma chave de soquete, insira um pedaço de papel toalha entre o soquete e o parafuso, travando-o no lugar e impedindo de cair nas profundezas de sua casa de máquinas

4 – Vai desmontar algo? Tire fotos passo a passo com o celular para lembrar-se como montar depois!

Diesel 190
Os outros problemas mais comuns encontrados em chamadas de conserto do motor:

1 – Água, microorganismos ou lodo no combustível

2 – Filtros de água do mar entupidos.

3 – Rotor danificado.

4 – Aditivo para radiadores vencido.

5 – Correias soltas.

6 – Escapamentos obstruídos.

7 – Filtros de combustível entupidos

8 – Alternadores soltos

9 – Conexões elétricas desgastadas.

 

Não faça você mesmo
Saiba onde não mexer durante a manutenção do motor:

Ajustes de válvulas: motores Diesel exigem regulagens periódicas de suas válvulas. A Mack Boring oferece cursos específicos a esse respeito, mas é trabalho muito técnico e que tem consequências desastrosas se feitos de forma incorreta. Melhor deixar isso nas mãos dos profissionais!

Reaperto do(s) cabeçote(s) do motor: os cabeçotes de cilindros devem ser reapertados em intervalos regulares, de acordo com o uso (veja seu manual). É preciso seguir as exatas especificações ou o motor pode ser danificado. Outra situação em que vale a pena pagar por serviços profissionais.

Turbocompressores: eles exigem serviço de profissional, de acordo com as especificações. Melhor deixá-los com o mecânico.

ECM e injeção direta: para motores com controle eletrônico e de injeção computadorizada (common rail), atenha-se aos itens básicos desse artigo e deixe um técnico treinado plugar seu computador no motor e executar os ajustes necessários.

 Fonte: Revista Mariner
Texto: Pete McDonald