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‘Vigiado’ pela Baía de Todos-os-Santos, Museu do Mar é inaugurado em Salvador

By | Mundo Náutico | No Comments

Já cantava o baiano Dorival Caymmi que “o mar, quando quebra na praia, é bonito…”. E quem sabe bem disso é o velejador Aleixo Belov, 78, que nasceu na Ucrânia, mas de europeu só tem a cara. “Cheguei na Bahia fugindo de uma guerra, sem nenhum tostão no bolso. Foi aqui que cresci, prosperei e me apaixonei pelo mar”, conta. O resultado dessa paixão são cinco viagens de barco ao redor do mundo e um museu para resguardar a memória desse amor. Inaugurado nesta quarta-feira (01), o Museu de Mar reúne a história das viagens de Belov e um pouco mais.

 

“Esse museu é o reconhecimento do carinho que recebi. Quero devolver um pouquinho do amor que recebi desse povo”, explica Belov. Ele investiu R$ 10 milhões no espaço localizado no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, com vista para a baía de Todos-os-Santos.

 

“Eu tive muita dificuldade de reunir os conhecimentos que precisava para viajar pelo mundo e não quero que isso se perca. Então, resolvi fazer o museu para o pessoal estudar e aprender bastante”, afirma o europeu que, em 2021, se tornou oficialmente cidadão soteropolitano

 

“O trabalho dele traz um foco para os problemas do oceano. Não tem como falar do mar sem refletir sobre o lixo plástico, pesca predatória… e eu espero que o museu chame a atenção para cuidarmos da baía de Todos-os-Santos”, disse o vereador André Fraga, que propôs a concessão do título de cidadão de Salvador para o ucraniano. Ele foi uma das autoridades presentes na cerimônia de inauguração do Museu do Mar.

 

Fotografias, objetos coletados nas viagens de Aleixo Belov, telas interativas, projeção de filmes e outras atrações podem ser vistas no museu

 

 

O prefeito Bruno Reis também prestigiou o evento. “Eu agradeço pelo equipamento importante, numa região estratégica, o que vai ajudar a ter mais visitantes e turistas”, considerou o gestor.

 

O museu é administrado pela fundação que leva o nome do velejador e vai funcionar das 10h às 18h, sempre de terça a domingo. A entrada custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Crianças de até 5 anos e quem for às quartas-feiras não paga.

 

Detalhes

 

No total, são 540 metros quadrados de exposição permanente dividida por três andares. Logo na entrada, o visitante vai encontrar uma linha do tempo com a história de Aleixo Belov. A seguir, poderá conferir diversas peças, fotografias e materiais coletados ou utilizados por Belov nas suas navegações. Na estrutura do museu há ainda recursos interativos, sala de projeção de filmes, área para exposições temporárias, cafeteria e restaurante.

 

O destaque é o barco Três Marias, com o qual o navegante completou sozinho três voltas ao mundo. Para ser colocado no local, uma enorme abertura no telhado foi feita e um guindaste ergueu a embarcação de 7,5 toneladas. Por determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), 3,5 metros do mastro precisou ser cortado para evitar que houvesse alguma intervenção arquitetônica no casarão.

 

“Antes da reforma, esse era um dos casarões de risco do Centro Histórico. Quando a Fundação Aleixo Belov vem e transforma o local num espaço belíssimo, o que era de risco se torna a manutenção da história”, comemorou Sosthenes Macedo, diretor geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal).

 

Maurício Bacellar Batista, secretário de Turismo do Estado, considerou que o museu é um exemplo de como as empresas e organizações civis podem contribuir no turismo da Bahia. “O turismo só desenvolve toda sua potencialidade quando o poder público e iniciativa privada colocam todas as suas forças”, argumenta.

 

Já Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e colunista do CORREIO, apontou a importância cultural do equipamento. “É um local vivo. Salvador é banhada pelo mar e o museu preenche uma lacuna importante”, diz.

 

Beleza

 

Os moradores do bairro também comemoraram. O aposentado italiano Roberto Corradini vive no local desde 2003. Ele quis ver de perto a nova atração turística do Santo Antônio. “Eu não sabia quem era Aleixo Belov, mas soube que ia inaugurar hoje e vim conhecer. É muito bonito mesmo”, afirmou.

 

Outro presente na cerimônia foi o fotógrafo e fiel escudeiro de Belov, Leonardo Papini, que já trabalhou no jornal Folha de S. Paulo e na editora Abril, mas deixou o fotojornalismo para documentar o trabalho do navegador.

 

“Em 2013, eu estava em Ilhabela quando fui pedir um autógrafo para Aleixo Belov e na hora recebi o convite para o acompanhar na Argentina. Eu aceitei e, no total, foram 26 meses juntos no barco”, lembra.

 

A maioria dos registros fotográficos ou em vídeo presentes no museu foi feita por Papini. E está engado quem pensa que a inauguração do museu seja uma espécie de aposentadoria de Aleixo Belov. Seu fotógrafo revelou que a dupla está pensando em se lançar ao mar novamente em janeiro de 2022.

 

“Vamos para o Norte. Ainda não definimos o local, mas sabemos que será para o Norte”, relata. Para o comandante da embarcação, só muito amor pelo mar justifica a viagem aos 78 anos. “Quero que sirva de inspiração para as novas gerações”, disse.

 

Fonte: Jornal Correio

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Tamara Klink sobre navegar sozinha: “Todas as mulheres são capazes de fazer o que elas quiserem”

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Aos 23 anos, Tamara Klink realizou um sonho que tinha desde pequena: navegar sozinha. Filha do célebre velejador Amyr Klink, que atravessou, a remo, o Atlântico Sul, a jovem partiu da Noruega rumo à França a bordo de um pequeno barco. Apesar de ter o oceano em seu DNA, ela não fazia ideia de como seria a viagem. “Tinha medo de cair do barco, de ele quebrar, de bater numa pedra, do piloto automático falhar, do mar que podia encontrar, coisas infinitas… E, sozinha, a gente é capaz de criar os medos mais poderosos”, afirma.

 

Sem querer preocupar o pai e a mãe – a fotógrafa Marina Bandeira -, Tamara só contou da viagem um dia antes para a família. A jovem organizou todo o roteiro com a ajuda de um amigo. “O Henrique foi a pessoa que me convidou para ir a Noruega e sugeriu que eu voltasse para a França sozinha. Foi ele também que me emprestou uma soma de dinheiro para que eu conseguisse comprar o barco e realizar meu sonho”, lembra.

 

 

A viagem durou cerca de um mês. Tamara aportou na França no fim de setembro. “Tive uma chegada silenciosa, solitária, mas poderosa. E depois que a gente descobre que é capaz, começamos a olhar o mapa e a imaginar os proximos trajetos. Dá vontade de não parar mais”, diz.

 

Durante a travessia, a velejadora encontrou apenas homens e famílias navegando. “Teve um amigo que fiz num porto que me perguntou ‘mas você não tem medo de navegar sozinha?’ Todas as mulheres são capazes de fazer o que elas quiserem, mas é o tempo todo todo mundo falando que a gente precisa se proteger, que temos que nos cuidar, que o mundo é mais dificil pra nós, que tudo é mais perigoso… Até pode ser, mas isso não deve impedir a gente!”, garante a estudante de arquitetura terrestre naval. Confira bate-papo a seguir!

 

 

Da onde surgiu a ideia de cruzar a Europa de barco? Você sempre pensou em fazer uma travessia sozinha?

 

 

Navegar sozinha era um sonho que tinha desde criança. Claro, graças ao contexto familiar que eu pude sonhar com isso… Cresci sabendo que barcos existiam, que o mar podia nos levar pra lugares infinitos, cresci sabendo que a gente podia contornar a terra só em cima de um barco. E a ideia saiu do papel graças a um amigo que sempre acompanhava meu canal no YouTube. Ele me ajudou a comprar um barco e organizar todo o projeto. Aliás, até o antigo dono do barco me deu uma forcinha vendendo a embarcação por um preco irrisório. Parti no fim de agosto e cheguei no fim de setembro.

 

 

Assim que decidiu seguir com o projeto, o que seu pai falou pra você?

 

 

Meus pais não sabiam da ideia da travessia e nem da compra do barco. Não queria contar pra ninguém da família porque sabia que eles iriam ficar apreensivos. Não quis preocupá-los porque eu já tinha meus próprios medos e receios, então, não precisava dos medos e receios do outros pra me dar conta de que era perigoso. Eu me preparei pra fazer isso com a maior segurança possível e quando contei para meus pais eu já estava quase partindo. Minha mãe ficou apreensiva, mas ela não podia me impedir. Já meu pai falou: ‘muito bem, vai lá’. Eles não ofereceram muita ajuda e nem fizeram perguntas, o que me fez me sentir segura porque é um sinal de que eles não tinham dúvidas de que iria fazer isso dar certo.

 

 

Quanto tempo demorou para você conseguir comprar o barco?

 

 

Todo freela que fazia ia para o barco. Fiz bico de atriz num videoclipe, trabalhei como fotógrafa, fazia retratos para Linkedin, filmava competições de barco, desenhava ilustrações… Há muitos anos guardava dinheiro, já pensando na ideia do barco. Mesmo assim, não teria conseguido comprar sem a ajuda do meu amigo Henrique. Ele foi a pessoa que me convidou para ir à Noruega e sugeriu que eu voltasse pra França sozinha. Foi ele também que me emprestou uma soma de dinheiro para que eu conseguisse realizar meu sonho.

 

 

Como foi todo o processo de organização da viagem?

 

 

Fizemos uma lista no Excel com itens importantes em vermelho, médio em amarelo e produtos a mais, pra conforto, em verde. Conforme fazíamos as compras, a gente se permitia mais ou menos. O roteiro da viagem eu fiz considerando que eu faria pernas de um dia no início (entre 24h e 30h) até aprender a gerir o sono. Porque navegando sozinha a gente não pode dormir mais que 20 minutos…

 

 

Você só dormia 20 minutos por dia?

 

 

Na verdade, eu dormia de três a quatros horas por noite. Eu usava uma prática bem comum entre navegadores solitários, o sono polifásico (o método, criado pelo italiano Claudio Stampi, substitui noites dormidas por sonecas de 20 a 30 minutos a cada quatro ou seis horas).

 

Qual foi o melhor momento da viagem?

 

 

O melhor momento foi partir, estava muito ansiosa, parecia que nunca iria sair. Chegar também foi importante, aliás, dois momentos chaves. A cada chegada em um porto eu me dava conta de que eu era realmente capaz. Vencer algo que nunca tinha feito era mágico. Por sermos mulheres nós duvidamos tanto da gente… Mas o trajeto cumprido foi a prova de que eu não poderia duvidar de mim. Tive uma chegada silenciosa, solitária, mas poderosa. E depois que a gente descobre que é capaz, começamos a olhar o mapa e a imaginar os proximos trajetos. Dá vontade de não parar mais.

 

 

E o pior? O que mais te assustou?

 

 

Tinha medo de cair do barco, de ele quebrar, de bater numa pedra, do piloto automático falhar, do mar que podia encontrar, coisas infinitas… E sozinha, a gente é capaz de criar os medos mais poderosos, o que pode nos impedir de fazer coisas. O momento mais delicado foi chegar na Dinamarca e perceber que uma tempestade se aproximava. Esse tempo iria durar umas três semanas, o que atrasaria minha volta pra França. Depois de muito pensar e chorar, cheguei à conclusão de que precisava esperar. Isso atrasaria o meu cronograma, todos os meus planos, a faculdade, mas já que havia me metido nesse projeto, eu tinha que fazer tudo direitinho. Fiquei duas semanas numa cidade pesqueira bem pequena. Todo dia eu saía do porto para tentar pra encarar os medos dessas condições ruins. No começo, pegava ondas que entravam no barco e molhava tudo… Tive até equipamentos eletrônicos queimados por causa da água salgada, mas era importante eu entender do que exatamente eu podia ter medo. Qual era o tipo de mar que me fazia ter medo? Fui racionalizando e deixando tudo menos assustador. Foi bom pra me conhecer também.

 

 

Como era a sua alimentação nesse período?

 

 

A alimentação é parte importante da viagem, às vezes ela pode levantar nossa moral quando as coisas vão mal. Eu comia coisas fáceis de preparar. Na maioria das vezes, eram enlatados porque ficava fácil de esquentar num fogareiro de acampamento que levei. Também tinha comida de pozinho. Misturava ele com água fervendo e logo eu tinha uma lasanha, cuscuz com legumes, frango ao curry…

 

 

O que significou fazer essa viagem sozinha?

 

 

Passar por essa experiência é muito importante para qualquer pessoa. Eu diria que é até necessária pra qualquer mulher se dar conta de que a gente é capaz de muito mais do que aquilo que nos dizem. Isso é muito poderoso!

 

 

Você encontrou outras mulheres sozinhas pelo caminho?

 

 

A maior parte navegava em família e amigos. Às vezes encontrava pessoas sozinhas, mas, em geral, eram homens. E eles ficavam impressionados que uma mulher estava navegando sozinha! Sentia que não havia preconceito, mas eles ficavam chocados porque achavam aquilo uma exceção. Todas as mulheres são capazes de fazer o que elas quiserem, mas é o tempo todo todo mundo falando que a gente precisa se proteger, que temos que nos cuidar, que o mundo é mais dificil pra nós, que tudo é mais perigoso… Até pode ser, mas isso não deve impedir a gente! Teve um amigo que fiz num porto que me perguntou: ‘Mas você não tem medo navegar sozinha no meio do mar e de repente um navio norte-coreano te abordar?’ Gente, primeiro, uma fala carregada de preconceitos, né?! Segundo, se eu tiver medo de ser abordada e violentada no meio do mar, então, eu nem deveria sair de casa. Sei que ele não falou por mal, mas é aquela velha mentalidade de que as mulheres precisam ficar presas em gavetas e que não podem ir pra nenhum lugar!

 

 

O amor pelo mar te ajudou, de certa forma, a sair da depressão?

 

 

Tive depressão no início do ensino médio e depois no começo da faculdade e eu não diria que a navegação me ajudou a tratar isso. O que me ajudou foi ter acompanhamento profissional. O fato de fazer terapias por vários anos permitiu que eu tivesse mais confiança em mim mesma. Seria até uma irresponsabilidade da minha parte navegar sozinha com depressão. Pra fazer a viagem, a gente precisa ter força mental e preparo psicológico pra lidar com as dificuldades. Ondas grandes, solidão, privação de sono, perigos físicos… Temos que estar muito bem para esses momentos. Navegar nunca foi um escape, uma fuga, e, sim, um encontro com algo que quis muito e me preparei pra isso.

 

 

Qual será o próximo desafio?

O proximo desafio é terminar a minha faculdade (risos). Eu estudo arquitetura terrestre naval em Nantes e estou no último ano. Por mais que a navegação me ajude na universidade e vice versa, eu preciso completar também essa travessia. Tudo dando certo com a minha formação, começo a me organizar para levar o barco pra outra parte do oceano. Estou aberta para o que o universo vai me apresentar.

 

Fonte: https://revistaglamour.globo.com/Lifestyle/Must-Share/noticia/2020/11/tamara-klink-sobre-navegar-sozinha-todas-mulheres-sao-capazes-de-fazer-o-que-elas-quiserem.html

 

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Comitê Náutico discute regularização e instalação de marinas

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Membros do Comitê Náutico de Salvador e representantes das marinas da cidade se reuniram, na manhã desta quarta-feira (18), para discutir sobre as ações de regularização e instalação de novas marinas na capital. O tema também é um dos eixos do planejamento para o desenvolvimento da economia náutica da cidade.

 

Estiveram presentes o presidente do Comitê Náutico e também secretário de Cultura e Turismo do Município (Secult), Fábio Mota; a diretora da Bahia Marina e também membro titular do comitê, Leiliane Loureiro, além de representantes de clubes náuticos e das demais marinas da cidade.

 

O titular da Secult lembrou que Salvador tem hoje um déficit de três mil vagas de barcos, o que é um empecilho para o pleno desenvolvimento do turismo náutico. A situação afeta não apenas a população local, mas também quem vem à cidade. Por isso, a importância das discussões para o apoio e incentivo à construção e adequação de espaços para novas marinas.

 

“Essa reunião com todos eles foi para fazermos um diagnóstico e entendermos quais são as principais demandas, que vão desde a questão da licença ambiental, a regularização fundiária, a segurança náutica e outros itens que envolvem entes que não são do Município. Isso vai permitir que façamos, a partir de agora, reuniões específicas com outros órgãos”, afirmou Mota.

 

Membro titular do comitê, representando as marinas, Leiliane Loureiro considerou o encontro proveitoso. “A grande vantagem dessa reunião é a possibilidade de unificar as linhas de atuação de todas as esferas para tentar reduzir a burocracia, facilitar os trâmites de processos para a concessão de licenças e incentivar o crescimento da área náutica”.

 

Próximo encontro – Em um prazo previsto de 15 dias, uma nova reunião do comitê deve ser marcada com a Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) para tratar sobre o licenciamento ambiental do Município. Existe ainda a perspectiva de agendar encontros com a Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e Ibama para tratar de outros assuntos de interesse.

 

Píeres – A recuperação dos píeres de Humaitá, cais da Praça Cairu e de Santa Maria, na Barra – que também integra o planejamento para o desenvolvimento da economia náutica de Salvador – está com projeto em fase conclusão na Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), para que as obras possam ser licitadas pela Secult.

 

 

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Entenda alguns termos usados na vela, modalidade que deu medalha de ouro ao Brasil nas Olimpíadas

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Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram nesta terça-feira (3) o bicampeonato olímpico na classe 49er FX da vela — a terceira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

 

 

A vela é a modalidade que mais deu medalhas de ouro para os brasileiros na história das Olimpíadas — foram 8, desde os Jogos de 1980. Mesmo assim, muita gente não está habituada às regras das competições e aos jargões dos velejadores.

Por exemplo, campeonatos de vela consistem em várias regatas — “corridas” — que, ao fim, chegam a uma regata final, a regata da medalha. É uma competição por pontos. Ou seja, nem sempre quem termina em primeiro nessa regata da medalha fica com o ouro. Martine e Kahena chegaram em terceiro nessa última corrida, mas obtiveram a melhor pontuação.

Alguns termos da modalidade, porém, vão além das disputas esportivas e são usados na navegação em geral com veleiros ou outros tipos de embarcações. O G1 consultou a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) e o dicionário Michaelis para entender melhor alguns termos.

Adernar

É o ato de inclinar a embarcação para algum dos lados. Pode acontecer tanto por manobra do velejador quanto involuntariamente por causa do peso dentro do barco.

Barlavento e sotavento

Barlavento é o lado pelo qual chega o vento ou mesmo o lado da embarcação por onde o vento sopra favoravelmente para a navegação. Sotavento é o oposto: é o lado para onde vai o vento.

Bombordo e estibordo

Bombordo é o lado esquerdo da embarcação. Estibordo (ou boreste) é o lado direito.

Cabo

São as cordas usadas para manobrar as velas e, assim, movimentar os veleiros. “Caçar o cabo” significa puxar essas cordas, que podem ser feitas a partir de diversos materiais — de algodão ou mesmo fibras metálicas.

Cambar

Significa mudar o rumo de uma embarcação, passando de um lado (bordo) para o outro. Em veleiros, o velejador faz isso mudando as velas de um lado para o outro.

Carta náutica

É um mapa usado por navegadores que fornece informações sobre profundidades, o desenho da costa, presença de faróis, dados de altitude, das marés, das correntes e até de obstáculos à navegação, como pedras ou mesmo navios afundados. A carta também apresenta dados de magnetismo, para ajudar quem navega com bússola.

Casco

Casco é o nome dado à estrutura física da embarcação, em geral. Mas algumas embarcações, os catamarãs, são bicascos — ou seja, são como se fossem dois barcos unidos em um só.

Genoa

É uma vela em formato triangular, colocada à proa — ou seja, na frente dos barcos, no sentido da navegação. Ajuda a controlar melhor o barco, dependendo da condição do vento: quando ele sopra de lado ou quando está pouco previsível, por exemplo.

Mastro

Barra vertical que sustenta as velas. Também pode ser de madeira ou de metal, dependendo da embarcação.

Milha náutica

Unidade de distância utilizada na navegação. 1 milha náutica vale 1,852 quilômetros.

Unidade de medida para velocidade utilizada na navegação. 1 nó equivale a 1 milha náutica por hora. Ou seja, 1 nó equivale a 1,852 km/h.

Popa e proa

Popa é a parte de trás do barco. Proa, a parte da frente.

Quilha

Nome da parte de baixo do casco, total ou parcialmente submersa, desenhada para dar estabilidade à embarcação — ou seja, para evitar que o barco vire. O design também ajuda o barco a “rasgar” a água.

Retranca

De metal ou de madeira, é a barra que segura horizontalmente as velas da embarcação. Pode se mover de acordo com a movimentação das velas.

Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/08/03/glossario-termos-vela-e-veleiros.ghtml

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Martine Grael e Kahena Kunze conquistam a medalha de ouro na vela

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Elas fazem um ouro olímpico até parecer fácil. Com uma largada excelente, Martine Grael e Kahena Kunze administraram com tranquilidade a briga com as rivais e conquistaram, nesta terça-feira, na baía de Enoshima, a medalha de ouro na classe 49erFX de vela. Na última regata, elas ficaram em terceiro lugar, mas à frente das adversárias diretas pelo título, as holandesas Annemiek Bekkering e Anette Duetz, e as alemãs Tina Lutz e Susann Beucke. É a 19ª medalha da vela brasileira em Olimpíadas.

 

É o bicampeonato olímpico da dupla que chegou a Tóquio como favorita e mantem uma tradição familiar na vela. Martine Grael é filha do também bicampeão olímpico Torbel Grael e Kahena Kunze é filha de Claudio Kunze, campeão mundial juvenil nos anos 1980. A família Grael, inclusive, conquistou a nona medalha olímpica somando as cinco de Torben e outras duas de Lars.

 

É o terceiro ouro do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio. Ítalo Ferreira, no surfe, e Rebeca Andrade, na ginástica, conquistaram os outros. Veja como está o Brasil no quadro de medalhas.

 

Com resultado, as duas se tornam as primeiras pessoas, entre homens e mulheres, do Brasil a levar dois ouros olímpicos seguidos na vela. Mais do que isso, Martine e Kahena entraram em um seleto grupo de atletas brasileiros bicampeões olímpicos. Até então, apenas 13 atletas tinham alcançado esse feito. Torben Grael, Marcelo Ferreira e Robert Scheidt (1996 e 2004) na vela, Adhemar Ferreira da Silva (1952 e 1956) no atletismo, Fabi Alvim, Fabiana, Jaqueline, Paula Pequeno, Sheilla e Thaísa (2008 e 2012), Maurício e Giovane (1992 e 2004), e Serginho (2004 e 2016) no vôlei.

 

“Ainda não caiu a ficha. Está difícil de acreditar. Foi uma semana muito difícil de velejar”, disse Martine Grael.

 

O ouro foi conquistado com um total de 76 pontos perdidos. A medalha de prata ficou com as alemãs Tina Lutz e Sussan Beucke, com 83, e o bronze foi para as holandesas Annemiek Bekkering e Anette Duetz, com 88.

 

No início da regata, as brasileiras optaram por uma direção diferente das adversárias e assumiram a ponta, mas com a Argentina colocada. As holandesas estavam um pouco para trás, brigando pela terceira posição. Na primeira boia, as brasileiras contornaram em terceiro, mas à frente das rivais diretas pelo título, os barcos da Holanda e da Alemanha.

 

Na segunda boia, Argentina e Noruega seguiram na frente, e as brasileiras seguiam em terceiro, posição que lhes dava, no momento, o título. Holanesas e britânicas caíram para as últimas posições após se enroscarem na virada da boia.

 

Na terceira boia, argentinas seguiam na liderança, com as norueguesas em segundo, mas isso não influenciava em nada na briga das brasileiras, que passaram em terceiro, com uma vantagem de mais de 20 segundos para as alemãs, que ainda podiam tirar o título de Martine e Kahena.

 

No fim, as argentinas venceram a regata, seguidas das norueguesas. As brasileiras passaram em terceiro lugar e comemoram a medalha de ouro, já que alemãs e holandesas ficaram para trás.

 

Martine Grael e Kahena Kunze foram consistentes durante toda a competição. Nas 12 regatas, conseguiram duas vitórias e sempre estiveram entre as primeiras colocadas. Chegaram na última regata dependendo só de si para sair com a medalha de ouro, embora estivessem empatadas em pontos (atrás no critério de desempate) com a Holanda.

 

O resultado representa o oitavo ouro da vela na história das Olimpíadas para o Brasil, mantendo a modalidade como a mais dourada do país. Além dos oito ouros, são três pratas e oito bronzes, com 19 no total.

 

Fonte: Globo Esporte https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/martine-grael-e-kahena-kunze-conquistam-a-medalha-de-ouro-na-vela.ghtml

Foto: Júlio César Guimarães/COB

 

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Família Schurmann se prepara para expedição Voz dos Oceanos

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Na última quarta-feira (14), a família Shurmann celebrou 37 anos da primeira expedição e agora se prepara para uma nova aventura, a expedição Voz dos Oceanos. Em entrevista ao CBN Sábado Show deste dia 17, Vilfredo Shurmann relatou como tomou a decisão de trocar a terra firme pelo mar, que os tornou conhecidos como a primeira família a brasileira a dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro.

 

Ao longo de quase quatro décadas, Vilfredo, Heloísa e os filhos Pierre, David e Wilhelm foram protagonistas de três circum-navegações.

 

– Começou em 1974, nos preparamos durante 10 anos, compramos um barquinho pequeno, para três lugares e um menino de 13 anos nos ensinou a velejar. Sempre nos nossos sonhos, a gente tem que ter uma visão de futuro, a gente tem que ter uma data. Nós marcamos uma data, quando nosso filho David estava engatinhando, eu falei pra Heloisa: quando David fizer 10 anos, nós vamos sair para nossa volta ao mundo – contou.

 

Defensora da campanha Mares Limpos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a família Schurmann parte de Santa Catarina em 15 de agosto deste ano. Eles pretendem testemunhar e registrar o que está acontecendo nos oceanos, buscar soluções inovadoras, e conscientizar as pessoas para a necessidade de medidas urgentes. A iniciativa deve durar dois anos e envolverá ainda ações de empreendedorismo e educação.

 

– Heloísa e eu queremos deixar um legado, estamos preparando a próxima viagem focada nisso, em conscientizar as pessoas que o plástico pode ser reciclado. O plástico de uso único tem que acabar porque os peixes estão sendo contaminados, mais de um milhão de aves marinhas que morrem todos os anos – destacou.

 

Fonte: www.nsctotal.com.br

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Confira tudo o que você precisa saber sobre baterias em barcos

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Sem elas, nenhum barco a motor vai a lugar algum. Mas poucos donos de lanchas dão a devida importância a este equipamento tão fundamental quanto o próprio motor. Você já deve ter vivido isso. Planeja o passeio, convoca a família, convida os amigos, liga para a marina mandando colocar a lancha na água e, lá chegando, liga a chave, aciona a partida e… nada. O motor mal se move.

 
Pronto! Lá se foi o passeio. E por causa da bateria, que está descarregada. Para evitar isso, há alguns cuidados a serem tomados, mas o primeiro de todos é saber se a bateria está dimensionada para a carga necessária a bordo.

 

Dimensionar as baterias de um barco é algo que exige certa habilidade com números, mas não chega a ser complicado. Mas, antes de mais nada, é preciso compreender como se mede a carga de uma bateria, o que é dado em Ah ou “ampères-hora” e que, ao contrário do que muita gente imagina, não significa ampères “por” hora. Esta medida apenas indica a corrente elétrica constante liberada durante um período de 20 horas, antes de a bateria ficar sem carga.

 
Para saber de quanto é essa corrente, basta dividir o número de Ah por 20. Assim sendo, uma bateria de 100 Ah, por exemplo, proporciona 5 A durante 20 horas, entendeu? Com base nisso, defina quantos aparelhos elétricos e eletrônicos terão de ser alimentados pela bateria e se a rede de energia a bordo é de 110/220 V e 12 V (por meio do uso de um inversor) ou apenas 12 V.

 
Em seguida, faça uma lista de todos os aparelhos a bordo e verifique qual a potência de cada um (para aparelhos de 110 V) ou o consumo em ampères (para aparelhos de 12 V).

 
Vamos supor que você queira instalar um forno micro-ondas (cuja potência é de 1 300 W), uma tv (200 W), duas bombas de porão (5 A cada), uma bomba de água doce (6 A), luzes de fundeio (1 A) e um gps de 5 polegadas com sonda (1 A).

 
Nesse caso, você deve transformar em ampères todas as medidas e somar. Para fazer essa conversão, divida o valor indicado em Watts por 12. No caso da tv, por exemplo, 200 W ÷ 12 = 16,7 A. Faça, então, uma estimativa de quanto tempo utilizará cada aparelho por dia e multiplique esse tempo pela potência do aparelho.

 
Para a tv, três horas por dia estão de bom tamanho. Para o micro-ondas, calcule no máximo meia hora. Gps com sonda, cerca de oito horas. Luzes de fundeio, outras oito horas/dia. E assim por diante. No caso da tv, a conta seria 16,7 A x 3 horas, o que dá 50 A/dia. O micro-ondas, 55 A/dia. O gps com sonda, 8 A/dia. Pronto: é só somar tudo e obter o consumo diário estimado para a sua lancha.

 

Por fim, para ter uma margem de segurança de dois dias sem ter de recarregar as baterias, multiplique o consumo total por dois. Assim, se o consumo diário foi de aproximadamente 140 A, a capacidade das baterias deve ser de 280 Ah (ampère-hora). Como não existe uma bateria com tanta energia, é preciso montar um banco com algumas delas — por exemplo, duas baterias de 150 Ah, ou quatro de 75 Ah.

 
Lembre-se, contudo, que não é recomendável ligar todos os aparelhos ao mesmo tempo, pois as baterias não geram toda a energia que o fabricante estipula em Ah na embalagem. Este valor representa o que ela libera em 20 horas diretas.

 
Ou seja, uma bateria de 100 Ah gera 5 A por 20 horas seguidas. Desse modo, com o nosso hipotético banco de baterias só seria possível ligar, ao mesmo tempo, aparelhos com o consumo somado de até 30 A.

 
Uma última precaução: o banco de baterias não deve estar conectado diretamente ao motor, sob o risco de ficar sem partida, caso elas descarreguem. O motor exige uma bateria exclusiva para ele. Mas, durante a navegação, é recomendável ligar o motor ao banco de baterias, para recarregá-las.

 
Algumas dicas para não ficar sem bateria na hora H:

 

  • Ligar ou mandar ligar o motor pelo menos uma vez por semana:

 
Baterias do tipo chumbo-ácido têm uma taxa natural de autodescarga mensal que vai de 1% nas melhores marcas (feitas com ligas de PbCa/chumbo-cálcio ou PbCaAg/chumbo-cálcio prata) a 10% nas mais comuns (liga de PbSb/chumbo-antimônio).

 

  • Mas outros fatores também aceleram a autodescarga, como temperatura ambiente elevada, alta umidade e tempo de uso da bateria. Por isso, mesmo que não pretenda sair com o barco, ligue (ou peça para alguém da marina ligar) o motor pelo menos uma vez por semana, a fim de repor essa perda natural de energia de toda bateria.

 

  • Aguardar um tempo entre uma tentativa e outra de partida:

 
Por duas razões básicas: a primeira é que a energia elétrica da bateria vem de uma reação química. Portanto, deixá-la “repousar” entre uma tentativa e outra permite que essa reação se complete, “acumulando” assim energia suficiente para a próxima tentativa. E a segunda razão é evitar superaquecimento do motor de arranque.

 

  • Só usar baterias do tipo “náutico”:

 
Há algumas características importantes que as baterias para uso náutico têm que as comuns, de automóveis, costumam não apresentar, como capacidade de operar inclinadas, maior resistência a temperaturas elevadas, maior controle da emissão de gases nocivos, maior resistência mecânica da estrutura, menor taxa de autodescarga e maior vida em ciclos de carga-descarga.

 

  • Ao recarregar a bateria, faça isso bem lentamente:

 
A corrente elétrica máxima para recarregar uma bateria é de 10% do valor de sua capacidade. Exemplo: uma bateria de 100Ah deve receber, no máximo, 10Ah. Correntes maiores que isso geram superaquecimento, o que causa danos permanentes. E baterias armazenadas por muito tempo devem ser carregadas com correntes ainda menores, perto de 5%.

 
Quanto cada coisa consome.

 
O consumo médio de energia dos equipamentos mais frequentes em um barco:

 
amperes / horas uso/ amperes dia

 
luz da âncora 0,80 12h00 9,60
Guindaste da âncora 150,00 0h12 30,00
Piloto automático 0,70 8h00 5,60
Exaustor do porão 6,50 0h12 1,30
2 ventiladores na cabine 0,20 48h00 9,60
3 lâmpadas fluorescentes p/ a cabine 0,70 12h00 8,40
1 lâmpada incandescente p/ a cabine 2,10 1h00 2,10
1 lâmpada p/ mesa de navegação (10 W) 0,80 0h30 0,40
Iluminação da bússola 0,10 8h00 0,80
Iluminação do convés 6,00 0h30 3,00
Sonda de profundidade 0,20 8h00 1,60
Indicador de combustível 0,30 24h00 7,20
GPS 0,50 8h00 4,00
Inversor 0,20 2h00 0,40
Forno de micro-ondas (600 W) 100,00 0h06 10,00
Bomba de porão 15,00 0h06 1,50
Bomba de água doce 6,00 0h02 0,20
Bomba do tanque de esgoto 2,00 3h00 0,10
Radar 4,00 4h00 16,00
2 lâmpadas halogênicas p/ leitura 0,80 4h00 3,20
Geladeira 5,00 12h00 60,00
Luz de navegação 2,50 8h00 20,00
Luz de navegação tricolor 0,80 8h00 6,40
Toca-fitas 1,00 2h00 2,00
Televisão (13 polegadas) 3,50 2h00 7,00
Hodômetro 0,10 8h00 0,80
SSB (receptor) 30,00 0h12 2,50
SSB (transmissor) 30,00 0h12 6,00
Videocassete 2,00 2h00 4,00
VHF (receptor) 0,50 4h00 2,00
VHF (transmissor) 5,00 0h12 1,00
Indicador de vento 0,10 8h00 0,80
DVD 1,10 4h00 4,40

 
Como recarregar? As respostas para as dúvidas mais frequentes:

 

  • O tempo para recarregar uma bateria depende da potência do carregador?

 
Não. Uma bateria obtém energia a partir de uma reação química. Para recarregá-la, é preciso “reverter” esta reação, aplicando uma tensão (V, de volt) e uma corrente elétrica (A, de ampère).

 
Este processo ocorre em uma velocidade própria, que, quando não respeitada, gera um recarregamento apenas parcial e pode danificar a bateria para sempre. Em geral, o tempo de recarga deve ficar entre 8 e 12 horas, independentemente da potência do carregador de energia de toda bateria.

 

  • Usar o alternador do motor é bom para recarregar a bateria?

 
É uma forma simples, mas precária. Na maioria dos casos, o conjunto alternador/regulador fornece tensão entre 13 V e 14 V e correntes elevadas. Com isso, uma bateria descarregada receberá uma corrente acima da recomendada e, na medida em que sua carga for aumentando, a tensão do alternador se tornará insuficiente para continuar o processo de recarga. Resultado: uma recarga parcial (de 70% a 80% da capacidade), além da diminuição na vida útil da bateria.

 

  • Painéis solares são eficientes para recarregar uma bateria?

 
São bons para manter as baterias carregadas quando o barco não estiver em uso, suprindo assim a “autodescarga” que toda bateria sofre. Um painel solar moderno, rígido ou flexível, com 0,6 m x 0,3 m, pode gerar até mais mais de 100w, reduzindo espaços e ampliando as possibilidade de locais de instalação. Essa tecnologia evoluiu muito nos últimos dez anos.

 
Para recarregar uma bateria de 150 Ah (ampères/hora), com meia carga, ele exigirá, portanto, cerca de 53 horas de sol forte. E se for um painel flexível, subirá para 120 h! Portanto, convém avaliar se o investimento em painéis realmente vale a pena, caso o principal objetivo seja recarregar baterias.

 

  • E os geradores eólicos, muito usados nos veleiros?

 
Sim, mas com ressalvas. A maior vantagem dos geradores eólicos é funcionar dia e noite, pois não dependem da luz solar, como os painéis — mas, desde que os ventos estejam acima dos 10 km/h. Para um gerador médio, com um diâmetro próximo de 1,2 m, ventos de 20 km/h podem gerar em torno de 3 A (14 V).

 
É, portanto, uma boa opção para quem navega em locais de vento constante, como o Nordeste, por exemplo. Mas, mesmo nessas condições, serão necessárias mais de 25 horas para deixar uma bateria de 150 Ah a meia carga. O investimento é alto e a interferência estética no barco, grande, além do que, nos modelos com três pás, o ruído gerado em ventos mais fortes é muito incômodo.

 

  • Por que não se deve deixar um carregador comum ligado à bateria por muito tempo?

 
Porque, em geral, eles operam com corrente constante, ou seja, vão aumentado a tensão sobre a bateria na medida em que ela se carrega. Esta tensão não deveria ultrapassar 14,8 V ou 15 V. Dentro desse limite, evitaria o superaquecimento e a decomposição do líquido da bateria. Ocorre, contudo, que este tipo de carregador não tem capacidade de ir diminuindo a corrente/tensão. Por isso, pode danificar a bateria se não for desconectado a tempo.

 

Já no caso de carregadores com capacidade de flutuação, a coisa é bem diferente e a eficiência e segurança é muito maior.

 
O que levar em conta ao instalar?

 

  • Peso. Uma bateria pesa cerca de 45 quilos e quanto mais abaixo da linha d’água e centralizada ela estiver, melhor para a estabilidade do barco.

 

  • Ventilação. Toda bateria emite gases potencialmente perigosos, o que exige bom sistema de exaustão — além disso, boa ventilação evita o aquecimento inadequado delas.

 

  • Acesso. É fundamental que estejam à vista. Baterias “escondidas” são um incômodo e risco. Instale-as o mais próximo possível do motor. Assim, você evita a perda de energia através dos cabos. Se isto não for possível, use cabos de maior diâmetro.

 

  • Tipos. Nunca misture baterias velhas com novas, porque as já usadas comprometerão a durabilidade das novas.

 

Fonte: Revista Náutica

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Enjoo em alto mar? Veja algumas dicas para prevenir esse mal-estar

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Dependendo da situação, a grande maioria das pessoas enjoa no mar. E o maior problema é que, depois que o mal-estar começa, não há remédio que dê jeito. Mas prevenir é possível! Veja como:

 
Só quem já sentiu na própria pele — ou, melhor dizendo, no estômago, embora o principal causador não seja ele — o desconforto causado pelo balanço intermitente de um barco na água, sabe o quanto o enjoo incomoda. E raros são os que nunca sentiram isso, já que a grande maioria das pessoas enjoa no mar.

 
Mas só mesmo quem já teve vontade de se atirar na água e voltar nadando em busca de alívio imediato sabe, de fato, o quanto o enjoo no mar pode perturbar — bem mais do que apenas “incomodar”. Quando isso acontece, tudo o que se quer é sair dali. E uma pergunta fica martelando na cabeça: por que eu vim?

 
Geralmente, o enjoo começa com um ou outro bocejo, acompanhado de uma leve tontura. Em seguida, o rosto vai ficando pálido e o corpo, pesado, como se estivesse fatigado. Logo depois, vêm as náuseas — que tanto podem ser leves quanto evoluírem para o vômito, dependendo do organismo de cada pessoa.

 
E o pior é que vomitar nem sempre traz alívio imediato. Muitas vezes, não traz alívio algum e ainda faz com que as outras pessoas também fiquem enjoadas. Ou seja, acaba o passeio de todo mundo e não apenas de quem está mareado. É um transtorno só!

 
Além disso, surge uma sensação de cansaço, tão insuportável que tira a disposição até mesmo para conversar. Por isso, a pessoa enjoada quase sempre fica calada e recolhida num canto do barco (muitas vezes na cabine, o que é pior ainda, porque a falta de ventilação só agrava o mal-estar), na esperança de que o enjoo vá embora sozinho.

 
Até porque a “vergonha” de estar naquela situação constrangedora, enquanto todos os outros a bordo se divertem, é ainda mais humilhante. Nessas horas, tudo o que se quer é chegar logo onde quer que seja ou tentar dormir, sonhando em acordar como quem desperta de um pesadelo.

 
Exagero? Quem costuma sofrer deste mal, que os médicos chamam de “cinetose” ou “enjoo do movimento”, sabe muito bem que não existe exagero algum nisso. E quem já testemunhou alguém profundamente mareado a bordo sabe o quanto os outros passageiros sofrem junto.

 
Seja pela preocupação com a vítima (que pode até desidratar seriamente, se não parar de vomitar, especialmente se for criança) ou porque o próprio passeio pode terminar mais cedo, justamente por causa disso — já que, às vezes, a única saída é retornar ao porto e desembarcar a pessoa.

 
Mas, uma vez em terra firme, tudo passa em questão de minutos. Porém, nem todo mundo enjoa da mesma maneira. Há os que sentem apenas uma leve zonzeira, enquanto outros desabam logo nos primeiros balanços do barco. Estes, em geral, padecem do mal desde a infância, quando até as curvas de uma estrada sinuosa ou certos brinquedos de ação do parquinho de diversões transformavam-se em pesadelos instantâneos.

 
A diferença é que, naqueles casos, bastava parar e descer. Já num barco fica mais difícil e, por isso, é preciso estar preparado para lidar com a própria propensão a enjoar. Antes de mais nada, é preciso saber que dormir pouco, beber muito ou comer exageradamente antes ou durante a saída de barco são um atalho certeiro para a indisposição.

 
Além disso, recomenda-se evitar fumar, comer doces, tomar café ou qualquer outra bebida à base de cafeína, como a Coca-Cola, que, inclusive, erroneamente costuma ser sugerida como antídoto para os desarranjos estomacais. Nada poderia ser mais bombástico para um mareado…

 
O correto é: quem costuma marear deve procurar um médico, que, muito provavelmente irá receitar um antiemético, nome que se dá aos medicamentos contra enjoo. Ele deve ser tomado bem antes de embarcar no barco, de preferência já no dia anterior, porque depois que o enjoo começa os remédios são de pouca serventia. O enjoo é o típico caso em que prevenir é mesmo o único remédio.

 
Deve-se, também, ficar sempre fora da cabine e onde o balanço do barco seja menos perceptível, como na popa e jamais na proa. Mas é necessário fugir de cheiros fortes, como o de combustível ou comida, e tentar olhar só para o horizonte, evitando movimentar a cabeça.

 
Outro cuidado importante é sentar-se perto da borda de sotavento (ou seja, por onde o vento “sai” do barco), para, caso precise vomitar, o vento levar tudo para a água — e não para dentro do barco, o que fatalmente fará com que os outros passageiros enjoem e até vomitem também.

 
Entrar na cabine, ficar olhando para baixo ou tentar ler é tudo o que não se deve fazer. Procedimentos assim funcionam como um gatilho para o enjoo e levam, inevitavelmente, ao mal-estar estomacal, embora não exista nada de errado com o estômago e sim com o cérebro, porque é ele que está recebendo informações contraditórias, principalmente dos olhos e do labirinto, uma parte do ouvido responsável pelo equilíbrio do corpo.

 
Assim, enquanto o labirinto informa ao cérebro que a cabeça está se movendo, os olhos mostram que tudo está parado. E é este conflito que embaralha o sistema nervoso central, que tem como uma de suas funções comandar os movimentos e a postura do corpo.

 
O resultado dessa confusão é uma espécie de pane de comandos e uma série de alterações orgânicas, como contração do estômago, secreção de sucos gástricos, tontura, suor frio, mal-estar, vômitos, fraqueza e palidez — que podem piorar muito se o enjoo for prolongado e o mareado acabar ficando desidratado. Daí a recomendação de, após seguidos vômitos, servir água para a pessoa mareada.

 
“A causa mais comum do enjoo do movimento é a hipersensibilidade do labirinto, mas o problema pode, também, ser provocado por uma labirintopatia, aquilo que de maneira geral chamamos de labirintite”, explica Fernando Ganança, especialista em otoneurologia, ciência que estuda a audição e o equilíbrio do corpo.

 

 

“Mas este problema só é encarado como doença quando traz limitações sérias ao cotidiano da pessoa, como quando uma criança não consegue sequer ir para a escola sem ficar enjoada no carro”, completa. Portanto, relaxe: não há nada de errado com o fato de você, eventualmente, ficar enjoado.

 
Mesmo quem vive na água está sujeito ao “mal do mar”. Se serve de consolo, grandes navegadores também enjoam. Amyr Klink, por exemplo. Mas também é verdade que, com o tempo, o corpo se “acostuma” aos movimentos do barco e a pessoa passa a enjoar cada vez menos. Tanto que já existe até um tipo de treinamento para isso, chamado “reabilitação vestibular”.

 
Remédios: para prevenir, não para remediar

 
Se você sabe ou suspeita que pode ficar mareado, deve tomar algum remédio contra enjoo um bom tempo antes mesmo de embarcar. A tontura, náusea, suores frios, palidez e outros sintomas ligados ao enjoo do movimento são causados pelo aumento de uma ou mais substâncias no organismo, chamadas receptores neurais, como a dopamina, histamina, serotonina e acetilcolina, que afetam as estruturas relacionadas ao vômito e ao equilíbrio.

 
São nestes receptores neurais que agem os medicamentos — boa parte deles vendidos livremente nas farmácias, embora com um ou outro efeito colateral. Por isso, o correto é sempre consultar previamente um médico, para que ele indique o medicamento mais eficaz e o modo mais seguro de usá-lo.

 
Esta regra se aplica, também, aos medicamentos fitoterápicos e homeopáticos. Os primeiros podem provocar efeitos tóxicos, se não administrados corretamente. Já os homeopáticos podem simplesmente não surtir efeito algum — mas, em situações de emergência, podem ser tomados em conjunto com os convencionais, pois não ‘brigam’ com eles.

 

 

De todos os medicamentos do gênero, o mais popular é o Dramin, que é considerado seguro, mas com o inconveniente de provocar sonolência, o que pode acabar com a graça dos passeios. Mas também são bastante usados o Dramamine, Plasil, Meclin, Stugeron e até Buscopan e Racutan.

 
As reações (boas ou ruins) aos fármacos, contudo, variam de uma pessoa para outra. Por isso, algumas preferem alternativas como os adesivos de escopolamina, que liberam o medicamento gradualmente por até três dias, ou, ainda, acupuntura e outros métodos naturais. Certo mesmo é que não adianta tomar o remédio que for quando o enjoo já começou. O correto é tomá-lo sempre antes, bem antes, de embarcar, para dar tempo de fazer efeito.

 
Para os que enjoam, uma boa notícia: já existem exercícios que “acostumam” o corpo aos balanços de um barco. Trata-se de uma forma de terapia ainda pouco conhecida, baseada em exercícios frequentes para os olhos, cabeça e corpo, que estimulam a parte do labirinto que responde pelo equilíbrio — como uma espécie de simulação do balanço do mar.

 
Exercícios contra o enjoo: o que você pode praticar, em casa, para não sofrer no barco

 

 

  • Com a cabeça fixa, movimente seguidamente, por dez vezes, os olhos para a direita e a esquerda. Depois, repita o exercício erguendo os olhos para cima e para baixo.
  • Com um dos braços estendido, aproxime e afaste o dedo indicador do nariz, acompanhando o movimento com os olhos. Faça isso até que sinta um ligeiro desconforto, ou seja, quando seu braço começar a perder força e coordenação.
  • Movimente a cabeça alternadamente para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo. Faça isso o mais rápido que conseguir.
  • Dando uma de malabarista, jogue uma pequena bola de uma mão para a outra, fazendo-a passar por cima da cabeça. O mais importante é acompanhar os movimentos da bola com os olhos.
  • Com um dos braços estendidos, acompanhe com os olhos e a cabeça fixa, o dedo indicador em um movimento que descreva um grande círculo, nos sentidos horário e anti-horário.
  • Sentado, jogue uma bolinha para cima, pegando-a com a mesma mão. Acompanhe o movimento com os olhos. Faça isso 20 vezes. E repita o processo em pé.
  • Novamente de pé, jogue a bolinha na parede e pegue-a de volta, sem desgrudar os olhos dela.
  • É o exercício mais simples — e o mais cansativo. Sente e levante de uma cadeira por dez vezes seguidas.
    Fique descalço e ande em linha reta, tomando o cuidado de manter a cabeça erguida e olhando sempre para a frente, como uma modelo na passarela. Faça isso entre três e cinco minutos.
  • Em seguida, sem parar, ande por mais alguns minutos em linha reta, olhando para os lados, alternadamente para a direita e a esquerda.
  • Continue andando em linha reta, só que agora olhando para cima e para baixo, alternadamente.
  • De pé, levante um dos joelhos e passe uma bolinha por baixo da coxa. Repita o movimento, com o lado oposto.

 

 

“Normalmente, são necessárias cerca de oito a doze sessões no consultório de um otoneurologista para surgirem os primeiros resultados”, diz Fernando Ganança. “Depois disso, o paciente aprende os exercícios e pode fazê-los em casa mesmo”.

 
“Com a reabilitação vestibular, o organismo da pessoa se acostuma de tal forma com a movimentação que o balanço do barco vira apenas mais um deles e o corpo nem sente”, completa a otorrinolaringologista Maria Cristina Cury, professora da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto.

 
É um sopro de esperança para quem vive dependente de medicamentos contra enjoos (Dramin, adesivos de escopolamina, etc., etc.), que por atuarem no sistema nervoso quase sempre causam sonolência. E sonolência, tal qual o próprio enjoo, também tira a graça de qualquer passeio no mar. Portanto, o negócio é prevenir, porque, depois que o enjoo começa, nem remédio ajuda. Só mesmo voltar para terra firme.

 
15 truques para (tentar) não enjoar

 

 

  1. Tome remédio contra enjoo no mínimo uma hora antes de embarcar, para dar tempo de fazer efeito, já que os medicamentos são preventivos, não corretivos.
  2. Durma bastante e bem no dia anterior e não tome nenhum tipo de bebida alcoólica na véspera. Cansaço e ressaca não combinam com o balanço do mar.
  3. Alimente-se normalmente antes do passeio, mas sem exageros. Estômago cheio provoca enjoo. Vazio demais, também.
  4. A bordo, evite gorduras, temperos, coisas demasiadamente salgadas ou bebidas com cafeína, como, por exemplo, Coca-Cola. Fumar também pode.
  5. Evite entrar na cabine ou olhar para baixo. Pode dar tontura na hora. Se for sair para pescar, apronte todo o material antes de subir no barco.
  6. Se tiver que entrar na cabine, evite fazê-lo no início do passeio, a fim de permitir que seu organismo, pelo menos, se acostume um pouco com o balanço do corpo.
  7. Nem tente ler, fotografar, cozinhar, olhar pelo binóculo e ficar mandando mensagens pelo celular, porque tudo isso acentua o mal-estar.
  8. Escolha um lugar confortável e bem ventilado do convés para ficar. Mas sempre do lado de fora! É melhor sentir frio do que ficar zonzo dentro do aconchego da cabine.
  9. Mantenha o olhar fixo no horizonte, quando o barco estiver em movimento, sem ficar olhando para a água, e tente não pensar em nada.
  10. Não tente ficar compensando o balanço natural do barco com o seu corpo. Faça como se estivesse montado num cavalo: suba e desça com o movimento dele.
  11. Fique na popa, onde balança menos nos barcos pequenos, mas bem longe de qualquer tipo de fumaça de motor, o que, infelizmente, é frequente nas lanchas.
  12. Só coma alimentos fáceis de digerir e em pequenas porções de cada vez, durante o passeio. E beba bastante água. Ficar sem ingerir nada deixa a pessoa debilitada.
  13. Deitar logo após comer pode provocar náusea intensa. Dê um tempo após cada lanche. Mas, se o enjoo apertar, deite e fique de olhos fechados.
  14. Se enjoar, tente dormir. O sono ajuda a recuperar as forças, faz passar o tempo e permite conviver melhor com o mal-estar.
  15. Se resolver dar um mergulho no mar, evite beber água salgada, porque ela costuma provocar enjoo imediato — apesar de muitas pessoas dizerem o contrário.

 

 

O que pode e o que não pode:

 

 

As comidinhas e bebidas que fazem bem — ou bem mal — para os mareados.

 
O que pode: pão, bolacha água e sal, banana, melão, granola, arroz, água sem gás, suco de fruta, água de coco.

 
O que não pode: salgadinhos, biscoitos em geral, doces em geral, carne, maionese, camarão, cerveja, refrigerante e bebidas destiladas.

 
Enjoo: o que é mito e o que é verdade?

 

 

“Embarcar de estômago vazio evita o enjoo”: mito! O certo é alimentar-se normalmente antes, mas apenas com refeições leves.

 
“Fechar os olhos diminui o desconforto causado pelo enjoo”: verdade, porque cessa o conflito entre as informações vindas da visão e do labirinto.

 

 

“Beber refrigerante alivia a náusea, já que provoca arrotos”: Mito. As bebidas gasosas aumentam a sensação de estômago cheio e, por isso, fazem o enjoo piorar.

 
“É possível habituar-se ao balanço dos barcos”: Verdade, porque, com o tempo e as saídas frequentes de barco, o organismo se adapta aos estímulos que provocam o enjoo do movimento.

 
“Os medicamentos são inúteis depois que o enjoo já começou”: Verdade. Eles devem ser tomados preventivamente antes dos estímulos conflitantes que desencadeiam o enjoo. Depois, pode ser difícil até reter o medicamento no estômago.

 
“Bebês não sofrem de enjoo causado pelo movimento”: Verdade! Crianças recém-nascidas não têm, ainda, o sentido da visão completamente desenvolvido e, por isso, não sofrem com o “equívoco” das informações.

 
“Conversar evita enjoar”: Mito. Conversar apenas distrai. Mas pode atenuar o desconforto se a pessoa ficar olhando para fora do barco e não para a outra pessoa diretamente.

 
“Pilotar o barco é bom para combater o enjoo”: Verdade. O piloto tem o controle parcial da situação e isso ajuda a diminuir o conflito de informações que gera o enjoo.

 

 

Fonte: Revista Náutica

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Gambiarras elétricas a bordo ajudam ou atrapalham?

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A cultura da gambiarra está tão enraizada no DNA do brasileiro que é comum encontrarmos memes na internet mostrando os mais criativos improvisos com os dizeres: “o brasileiro precisa ser estudado pela NASA.” Com a popularização das redes sociais, as gambiarras subiram de patamar, sendo compartilhadas em tutoriais e aprimoradas, com ampla gama de versões disponíveis.

 

E no mundo náutico não poderia ser diferente. Enquanto muitos comandantes se orgulham do seu talento MacGyver, outros tentam esconder suas adaptações envergonhados, mas sejamos justos: quem nunca fez uma “gambi” que atire a primeira pedra!

 

Muitas vezes por falta de conhecimento de normas e padrões, outras, para diminuir custos, encontrar alternativas para equipamentos difíceis de serem encontrados no mercado nacional ou, até mesmo, para se safar de uma pane em locais remotos, fato é que “dar aquele jeitinho” pode salvar o dia. Mas afinal, a gambiarra é uma vilã ou aliada?

 

Para avaliarmos essa questão, primeiramente precisamos esclarecer o conceito comum do qual esse artigo trata, no qual gambiarras são improvisos, geralmente criativos e de baixa qualidade estética, que solucionam problemas usando peças que serviriam para outros fins, mas, quando adaptadas, atendem a outra necessidade imediata. Muitas vezes desconsideram alguns pontos das normas e padrões técnicos.

 

Mas falando de normas e estreitando o assunto para área de elétrica náutica, às vezes, fica difícil segui-las uma vez que a maioria dos eletricistas e donos de barco tem como referência mais próxima apenas a NBR 5410 elaborada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O problema é que ela diz claramente que não se aplica a embarcações e não havendo outra específica, não resta muita alternativa para referenciar as instalações em embarcações de pequeno porte.

 

Então, seria um pouco injusto dizer que por estar fora da norma é uma gambiarra, afinal, o ambiente náutico é mais hostil que o preconizado pela NBR 5410. Questões como umidade, maresia, aterramento em água, uso de baterias e de extra-baixa tensão (menor que 50 volts) e instalações em ambientes com potencial explosivo devem ser levadas em consideração, demandando adaptações técnicas.

 

Mas essas adaptações são gambiarras?

 

Bem, algumas podem ser, outras já foram muito bem desenvolvidas de maneira independente por eletricistas e engenheiros brasileiros, mas há práticas que já foram amplamente estudadas e testadas. Países como Austrália e Nova Zelândia, possuem padrões elétricos para embarcações de esporte e recreio obrigatórias por lei, a Europa se referencia por normas da ISO (Organização Internacional para Padronização), mas a mais completa e que serve de referência para muitas outras vem da American Boat and Yacht Council (ABYC), uma entidade norte-americana sem fins lucrativos que desde 1954 se dedica a estudar e desenvolver padrões de segurança para o projeto, construção, manutenção e reparo de embarcações de esporte e recreio e seus componentes.

 

Essas normas internacionais são aplicáveis ao mercado brasileiro?

 

Em se tratando de normas técnicas em elétrica, dois fatores são considerados na sua concepção: as propriedades naturais físicas e químicas que envolvem instalações elétricas e a padronização para melhor organização e entendimento comum das instalações, facilitando o trabalho e evitando acidentes.

 

A ABYC utiliza alguns padrões norte-americanos para cores de cabeamento, tensão da rede elétrica das concessionárias, modelos de tomadas, medidas em sistema imperial (tamanhos em pés, peso em libras, espessura em AWG), entre outros, que precisam ser adaptados aos nossos costumes.

 

Porém, considerando as propriedades físicas e químicas do ambiente náutico, muitas práticas como a maneira mais eficiente de fazer uma conexão, a escolha e posicionamento de disjuntores e fusíveis ou um sistema adequado de proteção contra raios, podem ser espelhados em normas estrangeiras para aumentar a segurança a bordo de qualquer embarcação.

 

Os danos causados por uma gambiarra mal feita, vão do simples não funcionamento de um equipamento, à avaria de onerosos componentes ou até mesmo a provocação de um incêndio rápido e descontrolado, que pode levar o barco a pique. De acordo com um estudo da US Boats feito entre 2009 e 2013, mais da metade dos incêndios em embarcações nos Estados Unidos foram provocados por problemas elétricos.

 

Agora, voltando à questão original, se gambiarras são vilãs ou aliadas, vou parafrasear um professor do SENAI, o engenheiro Rogério Possobom: “Se você não tem recurso material ou tempo, você está fazendo uma adaptação técnica de improviso, que depois deve ser corrigida. Mas se você tem recurso, tempo e mesmo assim faz uma adaptação definitiva, aí sim você fez gambiarra”. Então, ouvindo o professor, concluo que para se salvar de uma enrascada a bordo, é importante a habilidade e criatividade para fazer uma “adaptação técnica de improviso”, mas sempre que puder, faça sua instalação ou manutenção no melhor padrão técnico possível, para garantir segurança, durabilidade e confiabilidade na instalação.

 

Afinal, barco é para aproveitar, então vale gastar um pouco mais de tempo ou recursos para fazer bem feito e não perder o fim de semana embarcado com a família ou causar um dano irreversível. Ou como diria outro professor, Élio Crapun, “você deve tratar seu barco do mesmo jeito que deve tratar sua companheira (ou companheiro): com honestidade. Senão, ele pode te deixar na mão na hora em que você menos espera”.

 

Por fim, lembre-se: uma gambiarra mal feita pode causar graves acidentes com risco de perdas materiais e humanas. Se você não sabe bem o que está fazendo, não arrisque.

 

*Fonte: Revista Náutica – Pedro Rodrigues é velejador e orientador em Elétrica Náutica certificado pela American Boat and Yacht Council – ABYC

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Confira 5 dicas de como cuidar da pele antes, durante e depois do passeio de barco

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Verão, sol, água, vento são uma bela união, principalmente, quando se está navegando. Mas podem ser, também, os vilões da pele se você não tomar alguns cuidados simples, mas essenciais – e que devem ser adotados na sua rotina, não apenas quando for sair de barco. NÁUTICA conversou com o dermatologista Renato Esper Saliba, e reuniu algumas básicas de como cuidar da pele antes, durante e depois dos passeios. Vale conferir!

 

Proteção

Aplicar filtro solar meia hora antes da exposição solar e fazer a reposição a cada 2 horas é essencial para manter a pele protegida dos raios solares e evitar queimaduras, manchas, envelhecimento precoce e outras dores de cabeça que a falta de proteção pode trazer. O mercado está recheado de produtos, basta escolher o que se adequa melhor a você. Normalmente, recomenda-se fator de proteção acima de 30, de acordo com o seu tipo de pele;

 

Alimentação

A alimentação é um fator importante que está diretamente ligado à pele, apesar de algumas pessoas ainda não levarem em consideração. Ela deve ser leve e saudável, à base de frutas, verduras e legumes, que ajudam na hidratação do corpo e têm propriedades benéficas para a pele;

 

Hidratação do organismo

Você deve ingerir, no mínimo, 2 litros de água por dia para ajudar a manter a pele e o corpo sempre hidratados. Em dias mais quentes, é recomendado que a ingestão ultrapasse este mínimo, e o complemento pode ser feito com outros líquidos, como água de coco, por exemplo;

 

Limpeza

Após a navegação, é recomendado banho rápido e morno, de preferência com sabonete à base de glicerina, para evitar o ressecamento;

 

Hidratação da pele

Escolha um hidratante corporal para usar e abusar dele. Hidratante nunca é demais! Leve em conta as propriedades de cada um, seu tipo de pele e preferência de fragrância. O uso pós-banho mantém a pele macia e hidratada. Eles podem, também, relaxar, acalmar, de acordo com a fragrância escolhida.

 

Fonte: Revista Náutica: https://www.nautica.com.br/dicas-pele-passeio-de-barco/

Texto: Maristella Pereira